39 | Anorexia?

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UM ANO DEPOIS.

| E m m a |


- Dra. James? - A voz suave de Nina faz-se soar através da porta de madeira da minha sala.

- Entre, querida. - Digo, virando-me para a porta.

Nina entra com os olhos arregalados e vermelhos, como se houvesse chorado por demasiado tempo, o que me deixa desesperada.

- O que houve? - Arregalo os olhos.

- Anna... ela... - Ela tenta dizer, mas os soluços não permitem.

- O que ocorreu com Anna? - Meu coração para de vez.

- Ela está no hospital. - Ela desata a chorar, caindo de joelhos contra o chão.

Meus olhos se enchem de lágrimas e me ajoelho em frente à Nina, uma paciente e única amiga de Anna, a abraçando forte contra meu corpo frágil.

- Por quê? Nina, preciso que me diga o que Anna está fazendo no hospital. - Respiro fundo, tentando controlar minha voz embargada.

- E-ela desmaiou. Anna tem anorexia, dra. James. - Ela finalmente diz ao olhar para mim.

Meu coração parar, juntamente ao sangue em minhas veias e o mundo ao meu redor. Anna sempre dizia que os amigos da escola a chamavam de gorda e feia desde que entrou no maldito colégio no 1° ano, e eu sempre reclamei com as professoras, a mudava de escola e tentava manter sua autoestima no topo. Mas eu nunca, em toda a minha vida, pensei que isso a afetaria dessa forma tão rude. Mas eu deveria saber que isso a feria. Isso me feria quando era comigo, imagine com a ingênua e frágil Anna. Minha filha.

- E-ela se corta? - Deixo as lágrimas caírem e respiro fundo.

- Sim. - Ela suspira. - O corpo inteiro dela é repleto de cicatrizes. - Seus olhos me entreolham. - Eles não me deixaram ir com ela. Então eu vim avisar. - Ela diz.

- Venha, vamos. - Tento levantá-la. - Pegue meu carro. Eu tenho que ligar para o meu marido. - Eu respiro fundo, pegando meu celular.

- Não sei dirigir. - Ela diz, desesperada.

- Só traga para cá. Está no estacionamento. - Suspiro.

Disco o número de Jack enquanto Nina sai da sala.

- Oi, amor. - Ele diz.

- Jack, pelo amor de Deus, Anna está no hospital. Por favor, me encontra lá. - Eu respiro fundo, deixando as lágrimas caírem.

- O quê? Por quê? O que houve? - Ele se mostra desesperado.

- Anna tem anorexia. Por favor, vá até lá. Eu preciso de você. - Respiro fundo.

- Só fique calma. Não precisa chorar. Eu estou entrando no carro.

(...)

Chego ao hospital afundada em lágrimas. Minhas mãos estão trêmulas e meus nervos estão a flor da pele. Vejo Emery, uma antiga paciente minha e, coincidentemente, professora da Anna, sentada e chorando. Ela me abraça forte e sussurra que tudo vai ficar bem.
Nina não pode falar por conta da doença, mas eu não consigo. Eu não tenho forças para dizer nada.

- Anna. Anna James Hayes. - É só o que consigo dizer.

- Você é irmã, amiga? - Ela franze o cenho.

- Sou a mãe dela. Por favor, aonde ela está? - Eu respiro fundo.

- Ela está na ala de urgência. - A mulher acrescenta.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora