Possíveis erros serão corrigidos...
_____________Resolvi a última equação, virando o caderno para que Theo checasse. Jogando a costa contra o recosto da cadeira, cruzei os braços já convencida da minha habilidade.
Ele riscava com a caneta vermelha, observando cada detalhe, atento e intrigado, me olhando vez ou outra por cima do papel.
Cheguei a duvidar do seu semblante, mas ele logo soltou uma gargalhada triunfante ao deixar minha lição de lado.
— Barbaridade! Você é mesmo boa nisso Dulce.
Soltei o fôlego orgulhosa.
— Claro que sou.
Meu convencimento arrancou uma risada divertida dele.
Theo gargalhava a cada dois minutos, e isso lhe rendeu algumas lágrimas, que o forçaram a tirar os óculos para enchuga-las, se aproveitando também para limpar as lentes. Ao vê-lo sem o acessório pude captar o tom de azul berrante de seus olhos. Eles pareciam um reflexo fiel do céu.
Voltando a cobri-los, ele pegou suas coisas e começou a guardar tudo dentro da maleta marrom.
— Continuaremos amanhã.
— No mesmo horário?
— No mesmo horário — repetiu segurando na minha mão.
Levantamos e fomos para fora da sala reservada em que Alfredo nos pôs, destinada apenas aos meus estudos — dizendo o mordomo — até cada um ir para os seus caminhos.
Theo seguiu para a saída, e eu para as escadas, retornando ao quarto.No restante da manhã me ocupei em ler o livro de história que fiquei incumbida de estudar para o dia posterior, dando ênfase a segunda guerra mundial.
Como a leitura foi longa, e de certa forma cansativa, no meio de um dos parágrafos acabei cochilando na cama com o livro em mãos, mas não durou muito até despertar novamente, faminta, indo para a cozinha em busca de alguma coisa.Quando cheguei no cômodo debaixo vi muitas pessoas se movimentarem de um lado ao outro, carregando caixas e objetos decorativos, ignorando totalmente a minha presença.
Um deles quase passou por cima de mim, mas fui mais rápida, jogando o corpo para o lado.Curiosa, cheguei até a cozinha, e observei que lá também estava uma confusão.
As cozinheiras arrumavam alguns canapés sob uma bandeja de prata, ao mesmo tempo em que montavam pequenos aperitivos. Olhando cuidadosamente para as comida, pus uma porção de alguma coisa na boca, franzindo o cenho pelo toque azedo, mas saboroso da peculiaridade.— O que está havendo aqui? — Questionei ainda rondeando a mesa.
— O patrão quer nos matar! — grunhiu uma das mulheres, passando apressada do meu lado.
— O senhor Wayne organizou um coquetel de última hora.
Explicou a outra, mais tranquila.
— Hum — fiz o som, um pouco sensitiva.
Terminei de beliscar mais alguns aperitivos, decidindo dar uma volta no lugar onde todas aquelas pessoas terminavam seus passos.
Seguindo um dos carregadores cheguei até um salão fechado, rodeado de janelas largas, já decoradas com compridas cortinas em tom de vinho.
Também havia mesas de vidro, vasos de flores, e as luminárias eram um espetáculo a parte por já pertencer ao lugar.Me recostei em uma coluna, e em silêncio, admirei a forma como todos trabalhavam acelerados em conjunto com seus relógios, checados a todo momento. Não tinha nada melhor para fazer, e o livre arbítrio era bom de se saborear.
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Sold
Fanfiction*Fanfic Vondy A fatalidade une o destino de Dulce Escobar, uma garota de apenas dezessete anos, ao de Christopher Wayne, um homem bem mais velho e misterioso que divide opiniões. Para Dulce a vida não é feita de coincidências, e ela tem mais certeza...