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Os erros ortográficos serão corrigidos assim que percebidos

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Nos meus sonhos ele sempre sorria. Embora no princípio, quando nos conhecemos pela primeira vez fosse difícil vê-lo sorrir, Wayne estava feliz. Em e era bom lembrar aquela felicidade juvenil.

Na vida, fui obrigada a amadurecer por conta própria e avançada. Agora, grávida, mais do que nunca, esse objetivo tinha que ser maior.

Olá.

A delicada voz masculina me despertou com um sorriso envergonhado. Ele estava bem ao meu lado, e mesmo de olhos ainda fechados, pude sentir.

— Oi — respondi abrindo finalmente a vista.

—Não queria te acordar, mas estou muito curioso.

— Sobre o que?

— Muitas coisas... Porém, quero começar perguntando sobre o nosso bebê. A médica disse quantas semanas você está?

Aquela pergunta definitivamente me fez dar uma risada. A expressão ansiosa dele era perfeita.

— 18 semanas.

Christopher parecia feliz com o resultado. Nosso filho ainda era muito pequeno e com tantas coisas acontecendo, ambos tivemos medo de dar errado. Eu era a mais medrosa, e agora, conseguia seguir com segurança.

— Você disse que ainda tinha mais perguntas.

— Ah sim, tenho muitas.

Ele sentou na cama recostando-se na cabeceira para encarar a sua frente. Imitei o ato e retirei o excesso de cobertas sobre o meu corpo.

— Ainda não conversamos sobre a sua recuperação de memória — continuou.

— O que quer saber?

— Do que exatamente se lembra?

— De tudo.

— Tudo? — ele quase engoliu em seco.

— Christopher, porque está tão inquieto? Não era isso que você queria?

— Não é isso. Eu queria e estou feliz, mas não me orgulho dos nossos primeiros encontros. Confesso que preferia que não se lembrasse dessa parte da história.

— Não vim com filtros — rebati com ironia — Isso tudo faz parte de como convivemos e de como tudo é diferente agora. Não devia se envergonhar, porque lembrar cada detalhe me fez perceber como se sacrificou para mudar ou para ser você mesmo, e tirar uma capa desnecessária.

— Ser fraco?! — contribuiu amargo — é o que me parece.

— Não te acho nada fraco Wayne, e você sabe bem que não é.

— Estou surpreso em como parece lucida e a cada dia mais segura de si. Antes parecia tão indefesa.

— Quando entrei pela porta desta casa, eu estava carente, com muito medo e solitária. De uma forma ou de outra você estava lá. Sempre. Nem que com suas ironias e arrogâncias, de alguma forma sempre me protegeu, cuidou de mim.

— Então eu quero te fazer um pedido.

Acenei positiva e ele disse:

— Vá com Alfredo até um lugar, e quando voltar quero te fazer uma surpresa.

— Agora?

— Ele está lá fora esperando por você.

— Vou confiar...

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