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Erros ortográficos serão corrigidos assim que percebidos

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— Consegue me ouvir? Dulce... Baby...

Era Wayne quem me chamava em tortura.

— Não a angustie tanto. A paciente precisa descansar um pouco.

Em meio à discussão dos dois eu acordei, e um sorriso entristecido saiu do rosto do meu futuro marido.

O médico ignorou o nosso momento indo para cima de mim com uma lanterna nas mãos. Ele a focou nos meus olhos e fez mais uma serie de questionamentos, de tudo, só consegui responder um:

Eu estou bem...

— Ótimo. — Ele reagiu com satisfação soltando o ar, ainda com a atenção em mim — Dulce, você teve muita sorte.

Doutor, meu filho... Como ele está?

O minuto de silencio na sala foi a pior forma dos dois me responderem. Eu olhei para Wayne já de olhos mareados buscando esperança em suas palavras.

— Christopher. Me fale que ele ainda está aqui, dentro de mim?! — gaguejei trêmula.

— Não fique exaltada agora, precisa se recuperar...

— Não estou falando com você! Quero que ele me diga! — rebati contra o médico.

Minha barriga doeu quando dei o fino grito.

— Nos deixe a sós, por favor. — exigiu ao homem.

Ele não questionou o pedido.

Quando a porta se fechou, Wayne levantou do sofá e andou ate a beira do leito pondo as mãos nos bolsos da calça social. Ele estava completamente informal e com a gravata de nó desfeito.

Ele não está mais aqui.

Pensei que ia entrar em desespero no exato momento em que ouvi aquelas palavras, ditas com falhas visíveis. Mas ao invés disso meu olhar ficou instantaneamente inerte. Eu não consegui sentir mais nada além de uma dor sufocante que quase seria capaz de tapar minha respiração. Mas não consegui chorar como pensei que faria. Christopher percebeu que meu pensamento ficou distante e para me colocar novamente ao presente, ele sentou-se ao meu lado segurando meu rosto com cuidado.

— Dulce, eu ainda estou ao seu lado, não se sinta sozinha.

— Sozinha — respondi — Você devia fazer a mesma coisa. Sumir.

— Não diga isso.

— Wayne, me responda, quem de todas as pessoas ou coisas que eu amei ainda está viva? Todos morrem ao meu redor.

— Eu estou vivo, e bem aqui.

— E é isso que eu tenho medo. Você também pode partir, e eu não quero ver isso.

— Me escute — suplicou puxando meu rosto para mais perto do seu — Sei que se sente confusa, com raiva, mas não desista de nós outra vez, porque não estou disposto a desistir de você. Também dói muito em mim tudo isso que esta acontecendo.

— Eu nem tenho mais lágrimas para chorar pelo que quer que seja ou aconteça. Já chega pra mim. Eu desisto, eu desisto de querer ser feliz — rebati afastando suas mãos — Por favor, faça o mesmo e desista de mim.

— Nunca! — vociferou ele.

— Então pelo menos me deixe sozinha agora. 

— Esta pensando na minha dor, Dulce, ou nas suas ações toda vez que as coisas ficam ruins? Eu sempre fico sozinho, sendo obrigado a me afastar.

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