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— Atrapalho?

— Só estava desejando que sejam felizes para sempre.

— Obrigado, Samantha.

A fisionomia dele pareceu desconfiada. Logo ela se afastou e pegou duas taças, indo para o mais longe possível.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não se preocupe. Ela só estava me parabenizando.

Não havia motivos para ele saber de toda a nossa desagradável conversa. Eu precisava me distrair e parecer ainda mais natural

— Conseguiu resolver a sua ligação?

— Não quero falar dessas coisas. Gostaria de levar você a um lugar.

Não questionei mais sobre as suas muitas ligações, apenas segurei na sua mão e fui arrastada para a escada que dava acesso à praia. Wayne retirou os nossos sapatos, encostou as muletas e me segurou em seus braços. Descemos devagar, curtindo até mesmo aquele momento. Ele me beijou e acariciou até que meu pé puderam tocar a areia clara. Caminhamos até um local que estava propositalmente organizado para um piquenique. Havia uma toalha larga estendida no chão com uma cesta cheia de guloseimas e algumas velas aromáticas ao redor. Dei um sorriso largo ao sentir o aroma de lavanda.

Wayne falava sobre planos futuros, casa, negócios, família, enquanto eu me deliciava com uma fatia de torta de morango. Ele não parecia se importar em deixar os poucos convidados para trás.

— Meu esposo amado — chama-lo assim lhe fez abrir um sorriso — Posso pedir algo?

— Com certeza, Senhora Wayne. Tudo o que quiser.

— Tudo? Quanta autoridade! Posso começar agora?

— Sim, você pode.

O tom de voz na sua resposta foi tão sugestivo que minhas pernas apertaram. Eu me arrastei para perto e segurei sua nuca, passando a língua na direção da jugular. Vi seu corpo eriçando lentamente com espasmos e o volume do seu membro aumentar.

Sem esperar por aquela reação Wayne me pegou no colo, veloz, e correu comigo nos braços de volta a casa. Eu dava risadas no caminho. Julia nos parou e me entregou o buque que eu havia deixado em uma das mesas. Ali não tinha mulheres para fazer a tradicional jogada. Ele quase repreendeu ela por nos interromper.

Agarrei o objeto, ainda sorrindo.

Quando passamos pela sala como um casal de jovens eufóricos, demos de cara com mais uma pessoa. Samantha estava sentada no sofá, segurando e celular e um copo de bebida. Seu olhar foi sem muita representatividade, como sempre. Então uma ideia me correu.

Joguei o buquê nas suas pernas e a mulher me encarou assustada.

— Boa sorte!

Gritei em alto e bom som enquanto era levada pelo meu esposo desesperado.

Fui lançada na cama e observada por um tempo. Christopher estava ofegante após a maratona de me carregar pela casa. O suor percorria seu rosto. Ele se limpou e desamarrou a gravata, desabotoando o terno. Eu me preparei para fazer o mesmo.

— Não tire a roupa. Deixe que eu faça isso.

A excitação do seu pedido me tirou o fôlego. Eu gostava quando ele mantinha o controle do meu corpo daquela maneira. Assistir aquele homem se despir na minha frente foi muito instigante. Meu corpo esquentou, o líquido que saiu do meio das minhas pernas já estava umedecendo a calcinha de renda branca. Ansiosa, ergui a cabeça e ele subiu na cama, indo para cima de mim. Wayne me girou, deixando-me de costas.

Ele rasgou o tule como se fosse uma folha de papel, arrancando minha roupa e expondo minha pele. Sua boca sugou meus lábios e aos poucos ele desceu para a região mais íntima.  Apertei o lençol da cama olhando para o teto e deixando-me arrebatar.

****

A luz do sol dava sobre a pele de seu rosto e ela parecia brilhar. Aquele homem tão viril e forte era meu, e pensar nisso dava calafrios. Desde que o conheci sempre era algo novo. Passei com meus dedos sobre a sua face, acariciando-o. Ele despertou com um sorriso leve e despreocupado, mas algo ainda incomodava meu pensamento. A conversa com Samantha me intrigava.

— Christopher ¬— Ao ouvir seu nome ele abriu os olhos devagar e me deu atenção — Eu gostaria de entrar em uma universidade.

— Porque esse assunto tão de repente? — bocejando, estirou os braços e me encarou.

— Só pensei que queria muito bom continuar estudando, ter uma profissão. Não há mais motivos para me esconder.

— Não acho necessário, Dulce. Você agora é minha esposa e eu te darei tudo o que precisar. Terá sua própria conta, seu próprio cartão, sua independência.

— O seu ponto de vista sobre o que é independência precisa de sérios ajustes, — ironizei — porque o que acabou de dizer é totalmente o contrário.

— Só quero o seu melhor e nada mais. No fundo não sabemos ainda se está realmente segura.

— Porque pensa assim? A polícia nos confirmou isso.

— A polícia também pensou muitas coisas, Dulce. Essas organizações são grandes e filiadas...

— Espere — o interrompi, erguendo-me para ficar sentada. Meu maxilar tremeu por alguns leves segundos — Tem algo que eu precise saber?

— Eu não queria te deixar aflita só supus que...

— Christopher eu o conheço bem, você não supõe coisas, você as confirma.

Nesse momento meu coração já lateja com a pulsação mais intensa. Eu ainda temia muitas coisas, e a imagem de tudo o que passei voltou com detalhes, repetidas vezes.

— Ei, respire um pouco... — Ele segurou meus ombros assustado — Meu amor, olhe para mim! Dulce!

Não consegui me concentrar na sua voz. Ela parecia muito distante, mesmo que ele estivesse bem na minha frente balançando os meus ombros devagar sem desviar os olhos. Minha respiração ficou ofegante, meu pulso ainda mais rápido confundiu toda a minha visão que nessa altura parecia escurecer.

Até que sem aviso prévio retornei para a realidade em que estava. Minha respiração tornou a regular e minhas pupilas voltaram a normalidade.

— O que está acontecendo? Vou leva-la a um médico!

— Pare — ordenei mesmo sob o olhar de julgamento dele — Já estou bem.

— O que foi isso?

— Eu não sei. Mas deve ser algo passageiro.

— Me perdoe, não queria assustá-la.

Aquela fala foi dolorosa.

— Quero que seja sincero comigo, Christopher Wayne. — Firmei uma das mãos no colchão como apoio ao meu corpo, e com a outra serrei os pulsos. — Quem anda telefonando para você?

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