Dia de sair para conhecer o Parque Ecológico Kabah. Não ficava tão longe do hotel, estando situado a sudoeste da cidade, então resolvemos ir a pé. Danubia reclamou horrores durante o trajeto e Luís não parava de pegar no pé dela. Carlos e eu íamos atrás deles, de mãos dadas e sintonia invejável, sorrindo um para o outro de vez em quando e conversando sobre trivialidades.
"Estou feliz que esteja aqui" Ele disse de repente quando chegávamos ao parque.
"Estou feliz de estar aqui" encostei a cabeça em seu peito
"Mas que merda, eu já disse que quero caiaque!" Luís falou um tom acima do que sempre usava e me fez franzir as sobrancelhas
"Eu não quero saber, vamos fazer a porra do windsurf e nem me venha com essa de novo!" Danubia que já falava alto, gritou e deu um leve empurrão em Luís
"O que está acontecendo?" Carlos me afastou abrupto e se colocou entre os dois
"Eu quero fazer windsurf e seu amiguinho quer ir para os caiaques, diga a ele que não vamos a lugar algum desse jeito" Danubia disse levantando uma sobrancelha e cruzando os braços na altura do peito como uma criança mimada
"Mas isso é só amanhã" minha boca se tornou uma linha fina em desaprovação
"Eu não quero saber Anne, eu já disse que vamos à porra dos caiaques, então nós vamos à porra dos caiaques!" Luís olhou para mim e eu achei melhor nao contraria-lo, seu olhar estava amedrontador
"Danubia, você já escolheu vir aqui hoje. Deixe que Luís decida nosso passeio amanhã..."
Ainda como uma criança mimada ela balançou a cabeça de um lado para o outro e inflou as bochechas
"Não quero ir de caiaque Anne" ela choramingou para mim
"Ouça Danubia, eu não sou sua mãe. Entre para o grupo que quiser, mas eu e Carlos iremos com Luís. Ele tem o direito de decidir... fui eu quem o meti nessa..."
Ela soltou o ar das bochechas com força e estreitou os olhos
"Mas que inferno!"
Acabada a discussão, Carlos se virou para mim e disse uma coisa que me deixou totalmente sem ação
"Você dará uma ótima mãe para os meus filhos"
Era aquilo mesmo? Ele planejava filhos? Se eu ousasse pedir mais alguma coisa para os ceus, estaria pecando.
Um guia turístico estava reservado para nos levar a algumas trilhas do local, onde se era possível ver desde plantas silvestres até animais em extinção.
A fauna e a flora eram abundantes e me enchiam os olhos. Vários habitantes escohiam aquele lugar para relaxar e para fugir do estresse urbano. Assim como nós, também haviam muitas outras pessoas na trilha que levava aos macacos-prego e aos crocodilos. Eu estava amando cada passo que dava e apesar de não entender muito bem as palavras do guia, entendia as de Carlos, que facilmente prestava atenção no que ele falava e passava a informação adiante.
Não conhecemos os mais de trinta parques que compunham aquele complexo ecológico, mas o que vi naquele dia, poderia ser assunto para cinco ou dez anos.
Resolvemos almoçar num restaurante praiano de Isla Cancun. Não eram nem duas da tarde e eu já me sentia exausta.
"Preciso de um baseado" Luís anunciou sem paciência
Ele estava sentado ao lado de Danubia que se retesou ao ouvir do que ele precisava
"Quem não precisa" Carlos que olhava o menu disse sem entonação
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Doze Meses
Teen FictionO que acontece quando todos os princípios são abandonados? Quando tudo o que você acredita desmorona bem na sua frente? Os miolos de Anne estavam em conflito. Adolescente comum, ela se sente estranha com suas roupas e seu cabelo anelado. Acredita...