O sol do meu quarto não batia com tanta força. O cheiro de rosas levemente amadeirado de meu perfume predileto estava no ar.
Eu já podia me mover e comer qualquer coisa, mas ainda assim não queria muito. Meus instintos estavam todos concentrados em ver Carlos, mas nem minha tia, muito menos Margot tinham me dado tal liberdade.
Através de mensagens de Danubia, eu ficara sabendo que ele não tinha ficado preso muito tempo, somente um ou dois dias, e que tinha subornado alguém para que pudesse sair sem mais problemas.
Estava menos nervosa com o fato dele estar em casa, mas nada me tirava a consciência de que precisava senti-lo.
Era domingo e como comemoração pela minha volta, teríamos um almoço na casa de tia Deyse. Se eu pudesse ter escolhido as pessoas que se juntariam a nós, certamente Margot e Zara não estariam no meio. Danubia sorriu como sempre da entrada, trazia algo nas mãos. Era uma travessa com uma torta de amendoim que a mãe fizera. Luís estava junto dela e segurava sua mão, com certeza eu ainda descobriria se ela estava apaixonada por ele o tanto que eu via que ele estava por ela.
"Sejam bem vindos" sorri de lado contente em vê-los, mas triste por que a presença de Carlos era uma maldição para a minha família
"Você precisa de um baseado" Luís riu colocando a mão suavemente em meus ombros me fazendo estreitar a boca
"Não se preocupe com isso, eles também não cuidam bem da farmácia do hospital daqui" meu olhar foi suficiente para que ele entendesse que eu tinha repetido seu feito estando agora em meu país de origem.
"Esperta" ele meneou a cabeça e foi em direção à cozinha pegando a travessa das mãos de Danubia
"Você está gostando dele minha cara?" cruzei as mãos na altura do peito encostando no umbral da porta de entrada
Os olhos dela se arregalaram levemente para depois se estreitarem astutamente
"Eu não estou apaixonada Anne, cai na real!" ela riu caminhando para o jardim
"Eu não perguntei isso Danubia" alcancei-a antes que fugisse
"Ele é um cara legal. Se importa comigo... apesar de não dividirmos a mesma cama..."
Levantei a sobrancelha em interrogação
"Ok, não dividirmos a cama atualmente"
"Hmm, se vocês apesar de não dividirem a mesma cama estão sempre transando e ainda não estão apaixonados, vocês são muito estranhos" balancei a cabeça
"Ou talvez eles só sejam diferentes" Alguem disse às minhas costas
"Sara!" um abraço apertado foi dirigido a ela
"Oi Anne, quanto tempo não a vejo" ela pegou minhas mãos me avaliando de cima a baixo. Agora eu estava mais magra que o habitual e meus cabelos estavam um pouco ressecados, mas julguei ser pelo coma recente
"Como está?" fugi do assunto. Ninguém precisava tornar aquela, uma situação constrangedora
"Eu vou bem, nao sei se está sabendo, mas fui promovida e no próximo ano serei a chefe do nosso departamento, Renato recebeu uma proposta mais perto de casa para que ele possa cuidar do filho que ainda vai nascer"
"Que ótimo, fico feliz por você" tornei a abraça-la "por falar em filhos, onde está o assunto de nossa conversa há algum tempo atrás?" procurei por Daniel que não estava no jardim
"Nós saímos algumas vezes, mas ainda nao dá pra chamar de namoro"
"Quer dizer que ele está livre?" Danubia que ate agora permanecera calada perguntou
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Doze Meses
Teen FictionO que acontece quando todos os princípios são abandonados? Quando tudo o que você acredita desmorona bem na sua frente? Os miolos de Anne estavam em conflito. Adolescente comum, ela se sente estranha com suas roupas e seu cabelo anelado. Acredita...