Capítulo 4

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Senti algo queimar contra uma parte de meu rosto. Apertei meus olhos e automaticamente me virei para o outro lado da cama, com o objetivo de tentar fazer com que aquele flash de luz não ficasse mais em minha face. A minha cabeça estava quase explodindo. Eu tinha o resultado de uma noite inteira de bebedeira, a qual percebi ser dolorosa no dia seguinte.

Tentei abrir os meus olhos, mas parecia que cada vez mais que eu tentava, lâminas eram enfiadas dentro deles. Eu estava mal. E aquela mesma dor em meu estômago, permanecia. Será que eu havia ingerido uma quantidade exagerada de álcool, e iria morrer? Naquele momento, enquanto eu bebia com Suzy, não parecia que já havia passado do segundo copo, eu apenas vim me tocar quando já havia passado do sexto. Eu estava definitivamente perdida. Trabalhar de ressaca, e agora? Ninguém poderia saber o meu mal feito. Nem mesmo Elizabeth. Eu teria que dar um jeito de esconder e ser a mais discreta possível.

Sentei-me na cama e senti minha cabeça pesar de uma forma que se assemelhava com o peso de uma bola de boliche, só que... Em meu pescoço. Passei minha mão entre os meus cabelos e observei aquele quarto. O quarto que definitivamente não era meu...

O QUE?

Olhei assustada ao redor. Não era o meu quartinho dos fundos. Estava mais para um dos quartos do andar de cima. E se pela cor e a arrumação que estava, tendo algumas malas no chão, só poderia ser do terceiro filho.

— Ah não...

Fecho os olhos ao relembrar do que havia ocorrido antes de eu apagar e acordar aqui. Eu pensava que iria esquecer da conversa que tive com Mark, e que eu não lembraria das besteiras ditas para ele. Mas lembro-me de cada palavra, de cada gesto bobo. Quando eu e ele iríamos parar de ter conversas tão... Imprevisíveis? Primeiro, a cena do banheiro, depois, a breve discussão no bar, e agora, a lamentável conversa estando bêbada.

— O que eu fiz para merecer isso?

Tombo o meu corpo para trás, voltando a deitar na cama. Eu precisava sair do quarto antes que alguém me visse. Não importava como eu estivesse ou em que situação, eu só precisava correr para longe daqui. Mas a pergunta que não parava de rodar em minha mente era; como eu vim parar no quarto dele?

— Não...

Levantei-me bruscamente da cama, voltando a sentar. Será que ele havia abusado de mim, aproveitando-se da minha situação?

— Não... Não pode.

Certifiquei a minha roupa e percebi que tudo estava normal. Mas ainda não havia me tranquilizado. Levantei da cama e peguei os meus tênis. Caminhei com passos rápidos até a porta do quarto e a abri cuidadosamente, certificando-se de que não havia ninguém por perto. Saí do quarto e caminhei pelo corredor como se eu estivesse pisando em ovos. Desci as escadas e fiz o meu trajeto cuidadoso, para não ser vista por ninguém, até o meu quarto nos fundos da casa. Ao entrar, tranquei a porta e suspirei aliviada. As coisas estavam se tornando um tanto que loucas para um só dia. Eu pressentia que iria enlouquecer se eu continuasse tombando com o terceiro filho daquele jeito.

(...)

Após passar alguns minutos debaixo do chuveiro congelante, tentando acordar-me daquela ressaca, saí do quarto já pronta para trabalhar, ou quase. Minha cabeça ainda continuava a doer um pouco, mas não era nada que se tornasse grave. A única coisa que eu precisava era de uma boa xícara de café para tentar manter o meu olhar vivo.

Entrei na cozinha e dei de cara com Elizabeth olhando seriamente para mim. Ela parecia estar brava com algo. Ignorei o seu olhar pavoroso e segui caminhando até a cafeteira.

Oops... » Mark Tuan Onde histórias criam vida. Descubra agora