─ Com Licença? ─ Mark se pronuncia ao senhor que estava na recepção do hotel.
─ Sim? ─ O senhor ligeiramente passa a sua atenção do jornal em suas mãos para nós.
─ Gostaríamos de fazer uma ligação. Onde há um telefone?
─ Sim, é logo à esquerda. ─ O senhor aponta para o final do corredor.
Segui Mark até o local indicado. Esperei ele fazer a ligação ao telefone e observei ao redor, analisando cada canto do hotel. Até que para um hotel de beira de estrada, ele era arrumadinho. E havia um memorial para todas as pessoas que haviam morrido no local. Assassinatos. Engoli em seco.
─ Teremos que dormir aqui por esta noite. O reboque virá somente às seis da manhã. ─ Disse Mark, puxando-me pela mão e me levando de volta à recepção. ─ Teremos que encontrar um quarto. Por favor... Há quartos vagos?
─ Um momento, irei olhar. ─ Informou e se virou para a tela do computador. ─ Sim, há um quarto vago. Estão em conjunto?
─ Sim.
─ Apenas um alerta... O local não favorece proteção ao casal.
─ Ah. Claro. ─ Percebo um sorriso nervoso vindo de Mark.
─ O que ele disse? ─ Perguntei ao perceber a sua reação um pouco estranha.
─ Ele disse que... Sim! Há quartos! ─ Responde e passa sua mão entre seus cabelos, um tanto que tenso.
─ Ficaremos... No mesmo? ─ Perguntei apreensiva.
─ Se for um problema...
─ Não! É... T-Tudo bem. É que... ─ Observo Mark receber uma pequena e prateada chave. ─ Nunca dormi no mesmo quarto que... Um homem. ─ Mordo o lábio inferior e o sigo pelo corredor, vendo-o ainda segurar a minha mão. Paramos em frente a porta do quarto com o mesmo número que havia na chave. — E também... — Paralisei ao entrarmos. Senti o meu estômago revirar por um instante, imaginando se alguém tivesse morrido ali.
─ O que foi? ─ Mark olhou para mim, ao me ver paralisada no meio da porta. Escuto um baixo riso irônico ser solto por ele. ─ Está com medo? É por causa do memorial? — Balança a cabeça, permanecendo divertido. — Medrosa. — Cochichou e seguiu até a única cama de casal que tinha ali, jogando-se nela.
— Não estou com medo! Apenas... Estou com receio! — Tento justificar.
— Receio? — Ri. — Fique tranquila. Os fantasmas não virão te pegar. Não esta noite. E não comigo.
Revirei os olhos e coloquei minhas mãos dentro dos bolsos do meu casaco e em seguida passei a olhar ao redor.
─ Eu fico com a cama. — Disse Mark.
─ Huh... Ok. ─ Dou de ombros. — Eu não vou dormir mesmo.
─ Não se incomoda?
─ Não. Eu fico com o sofá. ─ Espremi os lábios em um linha rígida e apontei com a cabeça em direção ao sofá.
─ Ok... ─ Senta-se na cama. ─ Vou tomar um banho. ─ Diz e fica de pé, indo em direção à segunda porta do quarto e entra em seguida.
Solto um suspiro pesado e fecho os olhos por alguns segundos. Caminho até o sofá e sento, reparando em meus pulsos que se encontravam um pouco roxos agora.
O dia havia sido um longo... Longo dia. Eu não sabia o que era mais ruim, os meus pulsos totalmente marcados ou a suspensão da faculdade.
Retirei o meu casaco e me deitei no sofá, passando a fitar o roxo dos meus pulsos, enquanto apreciava o leve barulho da água caindo do chuveiro.
Minutos depois, Mark termina o seu banho. Ele entra no quarto apenas com uma toalha por volta da sua cintura. Não deixei de reparar em seu corpo. Chegava a ser uma tentação. Me virei para o outro lado, esperando que o mesmo vestisse alguma roupa e fizesse com que o meu corpo parasse de latejar.
Após um pequeno intervalo de tempo, senti uma respiração quente em minha orelha, fazendo-me arrepiar e virar rápido para o lado. Ele estava ali, novamente próximo demais de mim, enquanto mordia o seu lábio inferior e me observava serenamente.
─ O-O que... Está fazendo? ─ Perguntei sem deixar de observar o seu gesto com a boca.
─ Nada. Apenas deu vontade de olhar você.
Arqueei as sobrancelhas.
— Então... Não está mais zangado?
Por impulso, também mordi o meu lábio inferior. Percebi meus pulsos à mostra, o que me fez querer escondê-los. Eu não queria que Mark visse aquilo.
─ Eu sinto muito por seus pulsos. — Levantou-se do chão e sentou no sofá, ao meu lado, colocando minhas pernas sobre o seu colo. Olhei surpresa o seu ato.
— Eu não queria que você os visse.
— Por que? Eu os veria de qualquer forma. Se não percebeu... Eu noto cada detalhe do seu corpo. De cima à baixo, de baixo à cima.
─ Huh? ─ Arregalei os olhos, e por impulsão, inclinei-me para frente, ficando sentada e com minhas pernas ainda em seu colo. ─ Você está brincando... Certo? ─ Olhei para ele sem acreditar no que havia dito, e muito menos em meus pensamentos que fluíam cada vez mais, ao imaginar ele analisando todo o meu corpo com o mesmo olhar do jantar na casa do Sr. Tuan.
─ Por que brincaria? ─ Apoiou sua mão no sofá, inclinando-se à minha frente. ─ Não acredita?
─ Não... ─ Desço o meu olhar até os seus lábios, dando-me o desejo de apertar novamente o meu lábio inferior. ─ Não está mais zangado? ─ Sussurro ao ver a sua face próxima a minha.
─ Não consigo... ─ Se inclinou ainda mais em minha direção. Senti o toque de sua mão em minha bochecha e a outra em minha coxa. E em segundos, me vi sentada em seu colo. Aproximei mais do seu corpo e envolvi minhas mãos por volta do seu pescoço.
Abri um sorriso automático e aproximei os meus lábios dos seus, iniciando um beijo calmo. Senti suas mãos apalparem brevemente a minha bunda, logo percorrendo por minhas costas até a minha nuca. Deslizei para o lado o puxando junto, sem romper o beijo. Abri um pouco minhas pernas, para que o mesmo se colocasse entre elas. Eu me encontrava por baixo de Mark, com minhas mãos entre seus cabelos, nossos corpos colados e nossos lábios, agora, movimentando-se com mais ardor. Suas mãos já se preparavam para a retirada da minha blusa.
Dolorosamente o toque do meu celular soa pelo quarto. Pensei que não tinha sinal aqui. Ambos grunhiram e a vontade imensa de jogar o celular pela janela tomou conta do meu corpo. Soltei um suspiro ao ver Mark sair de cima de mim. Levantei desapontada com aquela situação e caminhei até a minha bolsa e a abri, retirando o celular de dentro. Era minha mãe que ligava. Atendo.
─ Não demorarei muito a falar, a ligação custa caro. ─ Avisou ela, fazendo-me rir breve. ─ Terá que pegar as suas irmãs no aeroporto, elas chegam em Los Angeles em um dia. Beijos. Mamãe te ama.
─ Los Angeles?! ─ Arregalei os olhos e olhei para Mark. ─ Eu vou voltar para Los Angeles esta noite.
─ O que? ─ Me olhou incrédulo. ─ Você vai embora e me deixar assim?
Por impulso, desci o meu olhar para o seu membro, coberto pelo pano da calça, percebendo um volume.