Acha que eu não queria terminar? Pressionei o meu lábio inferior e soltei um suspiro.
─ Eu tenho que voltar para Los Angeles. ─ Passei minha mão entre os fios de meus cabelos, um pouco tensa. Aquele comunicado da minha mãe havia sido tão de repente e... Em uma hora tão... Errada. ─ Minhas irmãs irão chegar, e eu tenho que buscá-las.
─ Você irá retornar à Seul depois... Certo? ─ Perguntou um pouco apreensivo.
─ Bem... Eu não sei. Talvez eu não volte mais...
─ O que? Por que? E sua faculdade? ─ Perguntou e levantou do sofá rapidamente. ─ Meus pais? Seu emprego? E...
─ Ei! Calma. ─ Deixo escapar um riso baixo. ─ Eu fui suspensa da faculdade. E acredito que os seus pais irão entender.
─ Mas e... Eu? ─ Disse em um sussurro.
─ Huh? ─ Perguntei ao não escutar o que ele havia dito.
─ Deixa para lá. Como você vai voltar para casa? O carro ainda está na estrada. E o reboque só chegará amanhã.
─ Eu ligo para um táxi.
─ Numa hora dessas?
─ Bem... Eu posso ligar para alguém. ─ Dou de ombros e deslizo o meu olhar para a tela do meu celular, procurando pelo contato de alguém.
─ E quem poderia ser esse alguém? ─ Meu celular é inesperadamente retirado de minhas mãos.
─ Ei! ─ Tento o pegar de volta.
─ Desde quando tem intimidade com alguém daqui? ─ O vi franzir o cenho, olhando para mim seriamente.
─ O que? Eu não tenho intimidade com ninguém. Apenas consegui o contato de algumas pessoas da faculdade.
─ E como conseguiu o número delas? ─ Perguntou interrompendo-me.
─ Elas... Me deram? ─ Arqueei as sobrancelhas como se o que eu tivesse dito havia sido o óbvio.
─ Hm... E para quem vai ligar?
— Não sei. Talvez... Noah?
─ Quem é esse Noah?
─ É apenas um amigo de faculdade! ─ Suspiro. ─ Pode me devolver o celular? ─ Estiquei a mão em sua direção.
Pego o celular de suas mãos e volto a busca pelo contato de Noah. Não sei se seria conveniente ligar para ele, por causa do horário, mas ele era o único que talvez pudesse ajudar-me.
(...)
─ Dormirá aqui? ─ Perguntei enquanto organizava a minha bolsa.
─ Hm... Talvez? ─ Arqueou as sobrancelhas.
─ Consegui falar com Noah. Ele chegará logo.
─ Hm... Uhum. ─ Balançou a cabeça e cruzou os braços, enquanto olhava para o teto vagamente.
─ Eu digo aos seus pais que o seu carro quebrou?
─ Sim. E que paramos em um motel no meio do nada. Que eu fui deixado para trás e que a garota com quem eu estava, trocou-me pelo colega de faculdade. ─ Disse, exalando um sorriso largamente irônico nos lábios.
─ Ok, ok... ─ Fecho os olhos, respirando profundamente.
Alguém bate na porta. Direcionei o meu olhar até ela e logo início os meus passos em sua direção. A abri e como o esperado, Noah estava ali, sorridente.
