Capítulo 43

7.1K 752 824
                                    

─ Podemos conversar? ─ Perguntou ao parar atrás de mim.

─ Ele chegou. Então... Vou deixar vocês a sós. ─ Disse Jackson e caminhou para fora do corredor, deixando eu e Mark sozinhos.

Permaneci de costas para ele.

─ Alissa. ─ Suspirou. ─ Por onde eu começo?

─ Comece por ir embora. ─ Digo breve e sem me tocar se aquelas palavras o machucaria ou não.

─ Eu sei que está zangada comigo. Mas tudo que eu quero é que você me escute.

─ Zangada? ─ Ri forçado. ─ Eu estou tranquila, igual as ondas do mar em dias turbulentos. ─ Debocho.

─ Eu quero esclarecer tudo. Eu quero... ─ O interrompo.

─ O que? Dizer mais uma vez que eu ficarei bem sem você? Que você precisa descansar mentalmente para voltar ao trabalho? ─ Franzi o cenho e neguei com a cabeça. ─ Eu já disse que não precisa se esclarecer. Apenas bastava que fosse verdadeiro.

─ Mas eu não menti, Alissa. E muito menos tinha a intenção de te magoar!

─ Deveria ter pensado nisso antes de iniciar qualquer coisa.

─ Eu não fazia ideia do que poderia acontecer.

─ Não? ─ Me virei para ele. ─ Então tivesse imaginado antes. ─ Sorrio cínica. ─ Acho melhor eu ir. Essa conversa não nos levará a lugar algum... ─ Suspiro e encaminho os meus passos para sair do corredor, mas sou puxada de volta e imprensada contra a parede. ─ Me solta!

─ Você não vai embora até eu dizer o que eu quero! ─ Imprensou o seu corpo contra o meu.

─ Me solte! ─ Tento o empurrar.

─ Só quando você parar e me escutar!

─ Eu vou gritar! ─ Ergo minha cabeça para cima.

─ Não será um problema calar a sua boca.

─ Você é louco?

─ Não ainda. Mas vou ficar.

─ Me solte!

─ Qual o seu problema em escutar, huh? Eu permiti que você falasse o que quisesse. Deixei que pensasse poucas e boas de mim. Agora, quando eu tento falar, você recua? Parece que não sou eu que não estou sendo verdadeiro. Mas sim você. Por fugir sem dar explicações!

─ Eu não estou fugindo!

─ Então me escute, droga! ─ Bufou e desencostou o seu corpo do meu. ─ Eu não quis te deixar ir embora. Nunca quis. Eu fui obrigado, Alissa. Eu tive que fazer isso!

─ Ninguém é obrigado a fazer o que não quer, Mark!

─ Quando duas coisas que você ama está em jogo, a coisa que mais parece fácil terá de ser deixada de lado por um tempo.

─ Então eu sou apenas uma peça descartável?

─ Não! Mas seria a que mais sairia danificada. E se você saísse, não seria apenas você, acredite. Eu coloquei todos em risco. Fui descuidado, e acabei deixando isso acontecer. Os garotos, que não tinham nada a ver com isso, pagariam por um ato meu. E te deixar ir... Parecia que seria menos doloroso do que ver tudo ao mesmo tempo desabar. ─ Fechou seus olhos e encostou-se na parede contrária a minha. ─ Sei que a forma em que eu me expressei para te deixar ir... Soou dolorosa. Não esclareci os meus motivos, e... Acabei me deixando levar pela fúria de ver Minah ali. Me desculpa.

─ Eu... ─ Nego com a cabeça. ─ Não sei o que dizer. ─ Suspiro.

─ Apenas esqueça todo esse mal-entendido.

─ Se se descontrolar foi por causa de Minah... O que explica o seu ato de hoje cedo? Você segurava a mão dela, como se fosse um casal...

─ Eu sabia! Sabia que você iria pensar o que não deveria, assim como os outros. ─ Bufou. ─ Eu não estava segurando a mão dela porquê eu queria. ─ Desencostou da parede. ─ Eu estava tentando pegar de volta o meu anel! ─ Mostrou a aliança semelhante a que ele havia me dado. ─ Ela havia pegado quando eu o tirei para ajudar o jardineiro da universidade a plantar algumas mudas. E não sei como ela conseguiu pegá-lo. Só fui atrás do que é meu! ─ Disse incrédulo. ─ Não sei como os outros conseguem sair espalhando assuntos que não sabem de verdade.

─ Você está o usando?

─ Por que não estaria? Você me pediu para usá-lo. Não lembra? ─ Arqueou as sobrancelhas e desceu o seu olhar até a minha mão. ─ E vejo que você também usa o outro par.

─ Admito que pensei em tirá-lo. ─ Sussurro e fito o chão.

─ Hey. ─ Aproximou-se de mim, levando a sua mão até o meu queixo. ─ Está se sentindo desapontada?

─ Huh? ─ O olhei desentendida.

─ Por ter sido egoísta e não ter me escutado antes? ─ Prendeu o riso.

─ Ei! A culpa é sua! Você que me fez pensar assim. ─ Acabo deixando um bico se formar em meus lábios. ─ Eu não vou te perdoar! Eu te odeio, Mark Tuan!

─ Mesmo? ─ Me olhou com um sorriso altamente doce nos lábios, levando suas mãos até as minhas bochechas.

─ Não... ─ Nego com a cabeça.

Um riso escapa do maior e seus lábios aproximam-se dos meus, iniciando um calmo beijo. Desci minhas mãos até a sua cintura, segurando o pano da sua camisa que sobrava na lateral de seu corpo.

─ Mas... ─ Sussurro ao nossos lábios afastarem-se. ─ Não podemos continuar como antes... Como vai ser?

─ Eu tomei uma decisão. ─ Sussurrou de volta. ─ Durante essas 17h sem você... Eu percebi que eu estaria cometendo um erro se eu continuasse com a ideia de que as coisas melhorariam se eu seguisse sozinho. Mas... Eu errei. E estou altamente constrangido e decepcionado comigo mesmo, por não ter tomado a decisão certa desde o início.

─ E qual seria a decisão certa? ─ Mordi meu lábio inferior, abrindo um sorriso no rosto.

─ Ficar...

Vejam! Mark Tuan!

Flashes tomaram nossa direção. Um grupo de fotógrafos tiravam fotos de nós sem pausa. Fechei meus olhos tentando desviar o meu olhar das luzes que encandeavam a minha visão.

Mark Tuan! Mark Tuan! Ela é a sua namorada? Qual o nome dela?

─ O que faremos? ─ Perguntei, escondendo a minha face. ─ Eu devo ir pelo outro lado? ─ Não obtive respostas. Eu estava prestes a tentar fugir, mas sinto sua mão segurar a minha. ─ O que está fazendo? ─ Sussurrei ao seu lado. ─ Você não pode...

─ Como você mesma disse... Se tivermos algo para enfrentar... Que enfrentemos juntos. ─ Repetira a frase que eu disse na noite em que tudo parecia acabar. ─ Vamos sair daqui... Juntos.

Segurando a minha mão firmemente, Mark iniciou seus passos para fora do corredor, sem se preocupar com as diversas câmeras apontadas para nós.

(...)

─ Você é louco! ─ Solto um baixo riso ao adentrarmos ao jardim. ─ Não está com medo?

─ Medo? ─ Estreitou os olhos. ─ A única coisa que me deixava com medo está ao meu lado. E agora não há mais motivos para sentir. ─ Me puxou para um abraço.

Senti o meu celular vibrar no bolso da minha calça. Retirei-o de dentro. Sr. Tuan me ligava.

Sr. Tuan?! Huh? Oh. Ah... Sim. Sim. Eu estarei logo aí. ─ Encerro a ligação.

─ Hm... Acho que está na hora de você trabalhar para mim. ─ Sorriu sapeca, puxando-me pela cintura. 

Oops... » Mark Tuan Onde histórias criam vida. Descubra agora