─ Eu não estou te ignorando.
─ Não? ─ Me olhou com um sorriso em deboche nos lábios. ─ Não atende minhas ligações, não responde minhas mensagens... Isso é não ignorar? ─ Negou com a cabeça, deixando um riso forçado soar de si. ─ Então o que é ignorar para você?
─ Eu apenas disse que não tenho nada sobre o que conversar.
─ Mas eu tenho.
Mordi o meu lábio inferior e neguei com a cabeça. Fechei os olhos e respirei profundo por alguns instantes. Voltei a olhar Mark, com um olhar de ironia.
─ O que você vai dizer? Que não vive em um relacionamento sério com uma garota? Que tudo que envolva ela foi um mal-entendido e que eu sou a escolhida?
Franzi o cenho esperando por sua resposta.
─ Sim. ─ Disse sem transparecer hesitação em sua voz. ─ Mas, você não quer ver. Você não quer acreditar. Apenas você quer se considerar a certa. A única que tem razão.
─ O-O que? ─ Olhei para ele incrédula. ─ Como pode dizer isto?
─ E não é?
─ Não!
─ Então mostre-me o contrário, Alissa. Mostre que eu estou errado em relação a você. ─ Disse ele inclinando sua face em direção a minha, como se quisesse me causar pânico.
─ Eu não preciso mostrar nada! ─ Fecho a cara, erguendo minha cabeça para cima, em encontro com a sua face.
─ Então você se mostra uma garotinha medrosa.
─ Eu não sou medrosa! ─ Digo em um tom alterado.
─ Você não se preocupa com os sentimentos de ninguém!
─ Por que eu deveria, se ninguém se importa com os meus?
─ Eu me importei. E me importo!
O nosso tom de voz aumentava a cada frase, permanecendo com aquela mudança consecutivamente.
─ Você não alertou que tinha uma namorada!
─ E não tenho!
─ Mentira!
─ Alissa! ─ Sua voz estremece. ─ Cala a... Boca!
─ Eu não vou calar! Idiota! Seu... Metido! Seu...
Senti sua mão descer até a minha cintura e puxar o meu corpo contra o seu, aproximando mais nossas faces e colando os nossos lábios.
Mark havia me pegado de surpresa mais uma vez. O segundo beijo também de uma forma inesperada. Aquelas curtas brigas pareciam ser um imã entre nós, fazendo-me fraquejar em relação a ele.
─ Será que é só assim que eu te faço calar a boca?
Olhei em seu olhos com os lábios entreabertos, sem quase possuir reação alguma, apenas ouvindo o som da minha respiração.
─ Eu não namoro Minah. Eu não consigo sentir nada por ela... Não mais. Ela não passa apenas de alguém do meu passado, que retornou depois de meses. Eu não deveria ter te deixado reprimir o que eu queria dizer. Eu deveria ter me apressado em tais palavras, e nada desse mal-entendido teria acontecido. ─ Dizia ele, olhando fixamente em meus olhos. ─ Apenas quero que entenda que... É você quem eu quero.
─ Você está sendo... Verdadeiro? ─ Digo quase em torno de um sussurro.
─ Já há tempos que não sou tão verdadeiro quanto agora. Eu tenho certeza do que eu quero. Do que eu sinto.
