Capítulo 36

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─ Seu pedido. ─ Coloquei o cappuccino sobre a mesa. ─ Deseja mais alguma coisa?

─ Não, obrigada. ─ Negou com a cabeça, deixando um sorrisinho fraco em seus lábios. Sua face estava intrigante. Parecia ter chorado. Ela estava quieta, apenas analisando a xícara em sua frente. O que havia acontecido com ela? Quem conhecia o seu lado "desprezível", não acreditaria que aquela era realmente ela.

─ Ok. Se precisar de algo é só chamar. ─ Despedi-me com um sorriso sem mostrar os dentes e voltei à recepção.

Encostei-me no balcão intrigada. Eu olhava para ela, a vendo sozinha, com o rosto desanimado, e meus pensamentos se agitavam e ficavam questionativos. Aquela nem sequer parecia com ela. Até o seu modo de se vestir estava diferente. O que havia acontecido?

─ Alissa! Por que está parada aí? ─ Sr. Min gritou atrás de mim.

─ Huh? ─ Olhei desorientada para ele, mas sem tirar a atenção da mesa de Minah. ─ É... Eu estou indo... ─ Desencosto do balcão e escuto o sininho da porta do café soar. Notei Jackson no estabelecimento e caminhar até a mesa de Minah, sentando-se. ─ Jackson?! ─ Olhei espantada.

─ Jackson será o seu ganha pão quando você for demitida! ─ Sr. Min disse um pouco alto, que deixou a impressão de que Jackson havia ouvido, por ele ter olhado rapidamente em minha direção. ─ Vá atender aquela mesa!

Concordei com a cabeça e me direcionei até a mesa depois da de Minah e Jackson. Tentei ficar o mais próximo possível deles, para poder escutar sobre o que falavam. Eu estava sendo intrometida, claro, mas minha cabeça não conseguia aceitar de que eu havia ganhado gestos "aprazíveis" de Minah.

... Você deveria me entender...

Soltei um suspiro ao lembrar que eu não iria entender o que falavam.

─ Eu entendo. Claro! Mas a maneira como você vem agindo ultimamente... Só vai tornar tudo ainda mais confuso. ─ Disse Jackson. ─ Se você quer o seu bem e o dele, deverá seguir em frente. Vocês poderiam ser amigos.

─ Eu não conseguiria ser apenas amiga dele... ─ Sua voz soou trêmula. ─ Eu o amo...

─ Às vezes quando amamos alguém... Devemos respeitar as decisões dela. E essa foi a dele. Você deverá entender.

─... Tudo culpa daquela...

─ Moça?! ─ A cliente chama a minha atenção.

─ Huh? Huh! É... Desculpa. ─ Tentei fixar a minha atenção na mesa a minha frente.

... Minah... Já há tempos que isso vem acontecendo. Uma hora ou outra, você terá que acabar com isto.

Estreitei os meus olhos, tentando ao máximo entender. Algumas palavras eu conseguia decifrar, mas era um caso perdido.

Eu não consigo entender. Ela que fez aquilo. E o pior... É que eu não posso contar para ele.

— Terá um momento que você terá que contar.

— Eu a desprezo por tudo o que fez. ─ Levantou da mesa. ─ Eu não vou perder ele justo para ela.

─ Minah... ─ Suspirou.

Caminhou entre lágrimas para o lado de fora do estabelecimento e Jackson logo se levantou também e foi atrás dela.

─ E o meu pedido? ─ A moça olhava para mim com um sorriso pequeno no rosto, tentando chamar a minha atenção.

─ Oh! Desculpa. Irei trazê-lo logo. ─ Sorri tímida e voltei à recepção, entregando o pedido.

(...)

O meu expediente logo acabou. Já estava a escurecer. Nathan ainda deveria ficar no café e lavar a louça. Despedi-me do Sr. Min e recolhi minhas coisas, prestes a ir embora. Caminhei até a saída, abrindo a porta e batendo de frente com Jackson.

─ Desculpa. ─ Digo ao me chocar contra o seu peito.

─ Estava a sua procura. ─ Disse um tanto que automático.

─ Estava? ─ Franzi o cenho.

─ Bem... Não eu. Mark. ─ Corrigiu.

─ Onde ele está?

─ Você terá que ver com os seus próprios olhos. Vamos?

─ Ah, sim. ─ Afirmo com a cabeça e saio para o lado de fora. ─ Mas do que se trata?

─ Ele quer te fazer uma surpresa.

─ Surpresa? Mas o meu aniversário é só ama... É... ─ Sorri sem jeito. ─ Onde ele está?

─ Está próximo daqui.

─ Mas, porque isso? ─ Digo envergonhada. ─ Não precisava. ─ Eu tentava me convencer de que não era necessário, mas no fundo eu queria.

─ Huh... Eu acho que você já deve saber sobre Minah. — Disse ele inesperadamente.

─ Minah?!

De todas as formas tentei manter um sorriso na face e esconder o desagrado de ter ouvido o nome dela.

─ Ela está passando por momentos complicados.

─ Sério? ─ Coloquei minhas mãos dentro dos bolsos do meu casaco, enquanto eu caminhava olhando para o chão.

─ Eu sei que você talvez odeie isso, mas... Ela precisa do Mark.

─ O que?

─ Minah não é uma má pessoa. Ela apenas precisa de amigos... Amigos de verdade. E parece que sou o único que ela escuta... Eu tento dar o meu melhor.

─ O único que ela escuta?

─ Somos próximos. Mesmo antes de Mark e ela namorarem... Desculpa.

─ Tudo bem. ─ Sorri e neguei com a cabeça. ─ Eu não me importo com o fato deles já terem tido algo. Eu apenas não quero que... Ela tente voltar ao passado e... Acabe machucando quem menos merece.

─ Ela não é assim, acredite. Ela é uma garota gentil.

─ Eu sei que isso não é impossível... Mas, pelo o que conheci dela... Me deixa apreensiva.

Respirei profundo e olhei reto, vendo-nos aproximar de Mark, que estava escorado nas grades que dava vista ao rio. Abri um sorriso espontâneo ao meu olhar se chocar com o dele.

─ Você já a conheceu?

─ Ela estuda na mesma universidade que eu.

─ Ela o que?... Cuidado! ─ Ligeiramente Jackson me puxou pela cintura, prendendo-me ao seu corpo. Algum louco de bicicleta quase iria me acertar em cheio.

O olhei em seus olhos quase sem reação. Estávamos muito próximos. Sua mão em minha cintura. Nossos olhares fitando um ao outro. Aturdidos. E... Mark nos olhando. 

Oops... » Mark Tuan Onde histórias criam vida. Descubra agora