Capítulo 6

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Suspirei olhando para toda aquela bagunça. Como eu seria rápida tendo mais de dez malas espalhadas pelo chão?

— Pegue essas duas bolsas ao seu lado. — Disse Elizabeth, fazendo-me olhar diretamente para as compridas bolsas no chão. — Eu levarei essas duas malas de rodas.

Abaixei-me para pegar as alças das duas bolsas ao mesmo tempo, cada uma em uma mão. Levantei o meu quadril para cima, tentando pegar força para levantar as bolsas, mas as mesmas não se moveram nem um pouco. Fiquei paralisada, com o quadril arrebitado e meus braços para baixo, segurando ainda as alças. Era um peso que eu não sabia como decifrar. Por aparência, não dava para imaginar que elas pesavam tanto, mas ao pegá-las, foi totalmente diferente do que havia sido imaginado.

Tentei mais uma vez. Falhei. O que será que tinha naquelas bolsas? Pedras? Ou... Eu que seria muito magra?

— Precisa de ajuda?

Escutei uma voz um pouco grossa e ao mesmo tempo rouca atrás de mim. Olhei para as pernas masculinas — grossas — por debaixo das minhas pernas.

— Huh? — Acoquei-me rapidamente, pois eu não estava em uma posição muito agradável. Continuei de costas para ele, sem ver ainda o seu rosto. — Huh... É... — Soltei um riso um pouco envergonhado. — Não... Não. Eu consigo sozinha...

Tentando mostrar a ele que eu poderia me virar sozinha, tentei botar força em meus braços mais uma vez, mas sinto uma das bolsas ser praticamente arrancada de minha mão.

— Pare. Você pode prejudicar a sua coluna! — Disse ele enquanto segurava a bolsa.

Percebi que ele a segurava com facilidade. Observei-o um tanto que impressionada. Parecia tão mais leve, vendo-o segurar com uma única mão.

— Huh... — Levantei do chão, soltando as alças da outra bolsa. — Sem querer ofender, mas... Vocês carregam pedras?

— O que? — Vi um sorriso entorno de um riso surgir em seus lábios. Ele parecia divertido com o que eu havia dito. — Sinto muito. Não queria transferir essa imagem para você. — Disse. — Estas duas malas são minhas. Deixe-as. Vou levá-las até o quarto do Mark.

Afirmei com a cabeça e afastei-me, dando espaço para ele pegar a outra bolsa. Observei o seu trajeto até o interior do quarto do terceiro filho. Ele parecia não usar a força para carregar aquelas duas malas, diferente de mim, que tentei várias vezes e nem sequer um centímetro de movimento eu obtive.

Soltei um suspiro e me escorei na parede, um pouco cansada, por ter posto força por nada. Fechei meus olhos por alguns segundos e os abri novamente, vendo-o voltar do quarto.

— Posso levar o resto, se quiser.

Disse ele, parando um pouco próximo a mim, por conta da largura do corredor.

— Seria o certo... — Cochichei para mim mesma. — Não, tudo bem. Este é o meu trabalho, então... Devo levar elas até o quarto.

— Tem certeza?

— Sim! — Abri um sorriso, tentando convencer de que não seria necessária a ajuda dele.

— Jackson!

Outra voz surge no corredor. Minha atenção foi guiada em direção ao garoto que, diferente do que havia me ajudado, era bem mais magro, sem músculos, mas que não deixava de ser atraente. Seus passos vieram em nossa direção. Com um sorriso no rosto, ele me cumprimenta.

O que foi BamBam?

Arqueei as sobrancelhas ao o ouvir falar em outro idioma, o qual eu não estava entendendo nada.

O pai do Mark quer nos ver.

Sério? Ok. Eu já irei.

A atenção dele voltou para mim após dialogar com o outro garoto.

— Eu preciso ir. — Diz. — Até logo! — Um sorriso mínimo permanece em seus lábios até o momento de se virar de costas para mim e caminhar até o final do corredor.

Bye bye. — Disse o outro, acompanhando-o.

Observei-os até sumirem, após descerem a escada. Voltei a encarar as outras seis bagagens e vi que estava na hora de continuar com o trabalho. Peguei uma mochila que estava no chão e uma mala de rodinhas, seguindo até o quarto onde aparentava que todos iriam dormir juntos, o que eu achava um pouco duvidoso, já que seriam sete homens dentro de um quarto não tão grande.

(...)

Desci a escada após terminar de pôr o restante das bagagens dentro do quarto. Elizabeth havia sumido e me deixado sozinha. Eu estava tão cansada, que na primeira oportunidade que eu tivesse, eu me jogaria em cima de uma cama e demoraria um século para levantar novamente.

Entrei na cozinha em busca de um copo de água. Tinha algumas garotas aos redores da casa. Dava para ver do jardim. Era uma cena de fato, assustadora. Inclinei-me sobre o balcão, observando-as enquanto eu bebia água. Eu não sabia o porquê de elas estarem ali. Elas pareciam procurar por algo. Aquilo estava sendo interessante, pois eu me sentia dentro de uma casa cheia de celebridades.

— O que está fazendo?

Engasgo com a água ao ouvir a voz de Elizabeth soar repentinamente.

— Meu Deus!

Tusso um pouco, tentando amenizar a coceira causada pelo o engasgamento da água em minha garganta.

— O que está fazendo? — Repetiu a pergunta.

— Bebendo água. — Mostro o copo para ela. — O que foi? — Franzi o cenho enquanto a olhava.

Elizabeth nega com a cabeça e se debruça sobre o balcão.

— Você não vai poder sair durante uma semana.

Disse, fazendo-me ficar sem reação.

— Ordens do Sr. Tuan.

— O que? Por quê?

Rapidamente a cena da bebedeira do dia anterior se choca contra a minha cabeça.

— Ele apenas disse que você não vai poder sair enquanto os meninos estiverem aqui.

— O que? — Olhei para ela um pouco perplexa. — Eu não posso ficar sem sair durante uma semana! Eu tenho um assunto importante para resolver nesta sexta.

— Bem... Mude para a próxima.

— Eu não posso! Tem a ver com a faculdade de Artes. Não posso faltar!

— Se você sair... Talvez acabe com a imagem deles.

— O que?

Ela aponta para a multidão que se alastrava ao redor da casa.

Oops... » Mark Tuan Onde histórias criam vida. Descubra agora