─ Ainda irá embora? ─ Sussurrou ainda próximo aos meus lábios.
A sua respiração e a minha estavam em uma perfeita sincronia. Meu coração estava ainda mais acelerado e minhas pernas estavam bambas, não sabia eu se seria por causa do frio ou... Por aquele beijo.
─ Eu...
─ Vamos sair dessa chuva. ─ Disse interrompendo-me. Desceu sua mão novamente até o meu pulso e me puxou contra o seu peito, iniciando passos rápidos para fora do beco.
Eu estava em choque. Mark tinha me beijado tão de repente, sem que eu ao menos esperasse. Seu corpo quase colado ao meu, sua mão em minha face... Seus lábios. Aquela cena não saia da minha cabeça.
Eu estava tendo pensamentos horríveis minutos atrás, mas de repente, depois dele...
Eu não quero mais ir embora...
(...)
Voltamos para o seu apartamento. Mark me trouxe uma toalha para eu me enxugar. Eu estava tremendo. Era a segunda chuva que eu enfrentava. Cada uma de um modo interessante, mas todas acabaram parando em um só lugar, no apartamento de Mark.
Aproximei-me lentamente dos cachorrinhos que dormiam e passei a observá-los serenamente, enquanto secava o meu cabelo.
─ Pode dormir aqui... Esta noite. ─ Sua voz soou um pouco sem jeito, atrás de mim.
─ Huh? ─ Me virei para ele. ─ Eu pensei que... Você não quisesse...
─ O que eu esperava que acontecesse... Já aconteceu... Então... ─ Disse breve e mexeu seus ombros.
─ O-O que... Esperava? ─ Engoli em seco ao ouvir o que diz.
─ Sim. ─ Disse simples. ─ Ei! ─ Chamou a minha atenção. ─ Enxugue-se direito! ─ Reclamou ao ver o meu modo lento de enxugar os meus cabelos.
─ Mas eu estou...
─ Não está! Você vai pegar um resfriado assim!
Mark se aproximou de mim e pegou a toalha de minhas mãos, começando a enxugar os meus cabelos rapidamente.
─ Ai! ─ Reclamei ao sentir ele puxar alguns de meus fios com o pano grosso da toalha. ─ Ei, ei! ─ Soltei um grunhido em reprovação ao ver o meu cabelo todo bagunçado.
─ Está linda assim! ─ Disse irônico e soltou um breve riso.
─ Argh... ─ Faço uma careta, mas logo um sorrisinho bobo aparece em meus lábios ao vê-lo com um sorriso. ─ Você deveria ter medo de pegar um resfriado também. Você está todo molhado! ─ Estendi a toalha em sua direção. ─ Pegue!
Sem responder, Mark passou suas mãos por volta da sua camisa e levantou-a para cima, retirando-a e a jogando sobre o sofá, deixando o seu peitoral totalmente visível para mim.
Meu... Deus...
─ Espero que não se incomode. ─ Sorriu de canto de boca e se virou, caminhando em direção ao seu quarto.
─ Espero que não se incomode... ─ Repeti sua frase em torno de um sussurro. Como ele esperava eu não me incomodar? Digo, a imagem era maravilhosa, mas, era o suficiente para o meu rosto ficar totalmente corado.
Logo Mark retornou do quarto. Ele havia vestido uma camisa e trazia outra em mãos.
─ Pegue. Sei que vai precisar.
Mark entregou a camisa, quase o dobro do meu corpo.
─ Não precisa. As minhas roupas secarão logo.