Capítulo 52

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Eu olhava através da janela do avião. As rechonchudas nuvens flutuavam sem rumo pelo céu. Em torno de uma pequena admiração, eu permitia meus pensamentos expandirem-se. O seu último olhar. Mark era sinônimo de confusão. Não por causar discussões, intrigas ou as diversas coisas que podem destruir o relacionamento entre amigos, namorados e etc., mas por ele inexplicavelmente conseguir ser a mistura perfeita do amor e da raiva.

Eu parti dividida. De um lado, uma pequena fúria comandava parte de meu corpo, do outro, a afirmação sem pausa de que eu estava zangada sem motivos. Algo em mim sabia que ele não havia feito aquilo por mal. Sei que ele poderia ter contado antes sobre minha mãe, e acusá-lo ou fazê-lo culpado, não fazia parte disso. Porém, fui egoísta.

Confesso que fui embora sem me despedir dele. Meu orgulho não deixava. Ser uma garota de vinte e três anos, que poderia perder a mãe enquanto estava em outro país, era de fato, algo preocupante.

Minha cabeça esvaiu-se naquele instante. Eu não conseguia pensar direito. Não conseguia nem sequer digerir as palavras do médico. Eu apenas pensava: Eu a perderei. E assim, aquilo apenas ajudou a fortalecer o conflito. A culpá-lo inconscientemente.

E aqui, estou eu. À caminho de Los Angeles. Sozinha dentro de um avião. O coração apertado e apenas uma espécie de envelope em mãos. Dado por ele.

(...)

Alissa!

Mark subia as escadas da casa do Sr. Tuan atrás de mim. Eu não estava em um estado perfeito para conversar com ele. Eu só queria saber sobre minha mãe.

― Vamos conversar! ― Insistiu.

Não lhe dei atenção e continuei caminhando para lá e para cá pelo meu quarto, pegando minhas coisas e arrumando-as dentro de uma mala.

― Pode me escutar? ― Segurou em meu pulso. ― Para, por favor. Só... para.

― Você está me atrapalhando, Tuan. ― Fitei a parede do cômodo, com o objetivo de não fazer nenhum contato visual com ele.

― Podemos conversar? ― Seu tom soou mais sério que o normal.

― Por que conversar? ― O olhei vazio. ― Irá falar sobre minha mãe. E eu já sei disso. ― Suspiro. ― Apenas poderia ter se importado menos com a sua conversa com Minah... E se importado mais com ela. ― Solto o meu pulso de sua mão.

― Eu tentei contar. ― Disse. ― Confesso que no começo fiquei com medo de saber qual seria a sua reação, mas depois disso, eu procurei você para contar!

― Se isso fosse mesmo importante para você... ― Fechei o zíper da lateral da mala e logo me virei para ele. ― Você teria se preocupado em dizer igualmente como se preocupou em dizer para Minah, as primeiras palavras de quando vocês se conheceram.

Arrumei as minhas últimas bagagens e levei a minha mala ao chão.

― Alissa... ― Soltou um riso irônico, mas logo voltou a ficar sério. ― Isso é ciúmes de Minah ou realmente tem a ver com a sua mãe? ― Lançou-me um olhar impactante.

― Os dois. ― Ignorei-o e caminhei até a porta.

― Você tem razão por estar assim. ― Suspirou. ― Você está certa. Eu deveria ter feito de tudo para contar o quanto antes...

Parei próxima a porta e ouvi os seus passos se aproximarem de meu corpo.

― Sei que você irá sozinha para Los Angeles. E que terá de se virar sozinha. Então... Aceite isso. ― Retirou um envelope do bolso do seu moletom.

Oops... » Mark Tuan Onde histórias criam vida. Descubra agora