Ele... Ele me ignorou?
Paralisei. Olhei para trás e Mark já havia sumido entre a multidão. Eu não sabia se levava isso para o lado irônico ou para o sentimental. Mas um impacto, foi. Fui tão severa assim com ele para nem sequer olhar na minha cara?
Um sorriso sarcástico estava visível em meus lábios, mas por dentro, parecia que a minha barriga estava repleta de borboletas.
Aquilo martelava em minha cabeça sem pausa, mesmo que eu não pretendesse pensar naquilo. Só apenas queria entender e saber se eu realmente era o motivo para ele ter feito isso.
Saí do aeroporto e segui caminho para uma pequena avenida onde haviam pontos de transportes, porém, eu me garantia mais em ligar para Elizabeth. Encostei-me em um muro de algum prédio de comércio e retirei o celular da bolsa. Disquei o número dela e aguardei a sua resposta.
Duas, três, quatro chamadas e Elizabeth não atendia o telefone. Eu já estava ficando louca.
― Onde ela está que não atende a droga do celular? ― Resmunguei.
Tentei mais algumas vezes, mas parecia que o tempo, as horas e o rumo que as coisas estavam tomando ultimamente estavam contra mim. O céu já se transformava. Logo, logo começaria a chover. Já era tarde da noite e o movimento nas ruas estava diminuindo.
― O que eu faço? ― Suspirei. Olhei ao redor, pensativa. Eu teria que arranjar alguma forma de voltar para a casa do Sr. Tuan antes que começasse a chover severamente.
― Sempre escuto dizerem que quem é vivo... Sempre aparece.
Aquela voz...
― Minah? ― Olhei para a garota que se aproximava de mim.
― Quanto tempo, Alissa. ― Sorriu. ― O que faz aqui tarde da noite?
― Eu te pergunto o mesmo...
― Eu? Só estava andando por aí. ― Deu de ombros e cessou os seus passos ao já estar fisicamente próxima a mim. ― Vejo que está voltando de viagem. ― Seu olhar percorreu por minha mochila nas costas. ― Você costuma viajar com tantas poucas coisas assim?
― Huh? Não. Eu deixei boa parte delas em Los Angeles. ― Respondi e voltei a tentar ligar para Elizabeth.
― Voltará para lá?
― Sim.
― E... Mark?
― Mark? ― Franzi o cenho.
― Agora que eu percebi... Você me chamou de Minah. ― Soltou um risinho. ― Você ainda não sabe de nada, não é? ― Disse ela me fazendo fitá-la desentendida. ― É bom assim. Ou... Talvez não. ― Mordiscou o seu lábio inferior. ― Você não viu o ensaio fotográfico que está bombando por todo o país, não é?
― Ensaio... Fotográfico?
― Você é tão burrinha... ― Riu. ― Veja.
Ergueu o seu celular em minha direção, mostrando uma foto na tela de seu celular, onde Mark e Minah posavam juntos.
― Belo, não? Mark e Minah combinam. ― Um sorriso cínico se apossou dos seus lábios. ― Mas é apenas para a sociedade. Minah não é a garota certa para ele. Ela é muito sonsa, introvertida. E sua beleza não é natural. Além de que... Ela é muito pouco para ele.
Ela está falando em terceira pessoa?
― É tão raro... Duas irmãs brigarem pelo mesmo homem. Mas ela disse que não sentia mais nada por ele. Então... Ela poderia sair do meu caminho. ― Ouviu-se o pequeno barulho de sua língua estralando no céu de sua boca. ― Mas ela é o meu maior problema. Será difícil tirá-la de meu caminho. Mas você... ― Deslizou o seu olhar para mim. ― Vai ser tão fácil. ― Um bico se formou em seus lábios, mas logo o seu sorriso voltou a aparecer.