─ O que o meu pai está fazendo aqui? ─ Olhei apreensiva para o senhor que discutia com outros homens. ─ Pai! ─ Gritei ao vê-lo quase ser agredido. Corri entre as pessoas que passavam pelo parque a caminho dele.
─ Alissa! ─ Mark reprovou o meu ato repentino, vindo atrás de mim.
─ O senhor enlouqueceu? Como pode me vender um produto quebrado, huh? Devolva o meu dinheiro! ─ Segurou-o pela gola de sua camisa.
─ Esse aparelho custa nem a metade do que o senhor me vendeu. E ainda por cima, está com problema! ─ Dizia outra pessoa.
─ Queremos o nosso dinheiro de volta! ─ Gritou uma mulher.
Várias pessoas contestavam.
─ Solte o meu pai! ─ Tentei o separar do moço que o segurava pela camisa. ─ Largue-o! Largue-o! ─ Sacolejei-o pelo braço.
─ Yá! Solte o meu braço! ─ Reclamou.
─ É... Podemos conversar sobre! ─ Meu pai tentou inventar uma desculpa.
─ De novo? Senhor... Você está tirando a minha paciência. DEVOLVA O MEU DINHEIRO!
─ Devolva o nosso dinheiro!
Logo aquela discussão estava transformada em um tumulto.
─ Ei! Solte-o! Solte-o! ─ Permaneci a sacolejar o braço daquele homem.
─ Queremos o nosso dinheiro!
─ Qual o problema Senhor? O que custa devolver-nos o que é nosso?
─ É que... Eu não tenho mais o dinheiro...
─ O QUE? ─ Sua voz estrondou. ─ ARRANJE UMA FORMA DE NOS DEVOLVER. SEU VIGARISTA! ─ Empurrou-o.
─ Está maluco? ─ Gritei. ─ Pai! ─ Ajoelhei-me ao seu lado.
─ Saia da frente garota!
─ Você está bem? ─ Analisei o seu corpo, tentando ver se não havia se machucado.
─ Sai da frente!
Logo a multidão se envolveu ao nosso redor. Permaneci ao lado do meu pai e ouvi a voz de Mark estrondar.
─ Vai bater nela?
Olhei para trás. Mark segurava o braço daquele homem e olhava irritadamente em seus olhos, deixando-o amedrontado.
─ Mark... Mark Tuan? ─ Todos olharam um para o outro, surpresos.
─ Violência não vai trazer o seu dinheiro de volta. Acalme-se! ─ Soltou o braço do homem bruscamente. ─ Levante-se. ─ Estendeu a mão para mim, levantando-me e logo para o meu pai, ajudando-o a levantar também.
─ É que... ─ O homem dizia, parecendo estar "murcho". ─ Esse senhor roubou o nosso dinheiro. Nos vendou algo que não presta... Eu sou pai de família e... Esse dinheiro poderia ter sido usado no investimento da faculdade da minha filha.
─ Ele também é. Se não queria ter levado um golpe, tivesse conferido a fonte na qual você estava comprando. Agora... Bater nele e muito menos nela ─ Deu ênfase. ─ Não vai fazer o seu dinheiro brotar do chão. Ele já disse que não tem. Entenda isso e vá embora.
─ Mas... Ficaremos no prejuízo. ─ Disse uma mulher.
─ Isso servirá como exemplo para a próxima vez! Lembrem-se, violência não leva a lugar algum. Continuem com os seus afazeres, e esqueçam esse homem. ─ Concluiu com o que dizia. Caminhou até mim. ─ Estão bem? ─ Nos olhou.