Nota da autora: Essa fanfic foi inicialmente publicada no Spirit há muito tempo e, a pedidos, resolvi publicá-la aqui também. Apesar da escrita ser bem primária e ainda não ter sido feita a revisão, espero que gostem do enredo. Boa leitura!
Cambiare
Sabe aquelas paixões arrebatadoras? Que envolvem as pessoas a ponto de elas fazerem loucuras? Pois bem, eu nunca as senti. "Não, mas uma paixonite sim. Claro. Todo mundo já gostou de alguém em algum momento" E o que eu diria para essa pessoa? Não. Exatamente. Eu gostaria com todo o meu coração de ver esse sentimento crescer dentro de mim como as raízes de uma árvore se fixam ao chão. Esse sentimento que pode ser paixão, mas é preferível que seja amor. Amor para que me consuma, me faça perder a base de sustentação e a respiração, mas que seja meu porto seguro, meu guia.
Não, nunca me senti atraída física ou emocionalmente por ninguém. O máximo de gostar de alguém foram as vezes em que pelas ruas da cidade eu vi deusas em forma de mulheres (ou mulheres em forma de deusas, como preferir). Não que eu seja homossexual, pois não sou, mas fico me perguntando como algumas pessoas conseguem ser tão lindas. Questiono se é apenas a genética ou se, na verdade, há algum pacto envolvido, o que explicaria muita coisa. No entanto, eram apenas segundos em que eu fui contemplada com visão daquelas lindas mulheres, depois eu mesma fazia questão de esquecer, afinal jamais as veria novamente. E se visse, o que eu faria? Provavelmente, nada. Julgo que isso seja apenas inveja. Isso. Uma invejinha boa. Afinal, sou tão sem sal e elas tão cheias de vida e beleza.
De um lado, minha irmã e meu pai, Bianca e Fábio, dizem para que não me preocupe com isso, que as coisas vêm com o tempo; de outro, minha mãe apenas tem um apreço imenso pelo meu atual namoro e deseja até mesmo casamento por conta do status social. Apesar disso, no entanto, por ser a caçula, desde sempre recebi todo o carinho e mimo familiar; exceto no diz respeito ao meu irmão mais velho, Renato, com quem nunca tive e nem espero ter um bom relacionamento. Para ele a minha existência é indiferente, provavelmente porque sempre faz tudo certinho para conseguir atenção dos nossos pais e mesmo assim eu sou a "preferida", como ele diz sempre.
Atualmente, além de me preocupar em excesso com meus sentimentos, outra questão me aflige: depois de estudar por nove anos numa única escola, meus pais decidiram que eu deveria ir para outra. Essa decisão foi tomada por questões financeiras. Eu seria transferida para um colégio em que as mensalidades fossem menos caras. Fiquei muito triste com o fato, mas não fiz birra ou dei chiliques porque, além de não ser do meu feitio, tais atitudes, sei muito bem que as coisas não andam muito bem, pois tem havido muitos cortes "temporários" em nossa casa.
Confesso que o início desse ano foi deveras agradável e consegui até mesmo esquecer o que me espera no novo colégio. No entanto ao olhar o calendário é triste pensar que hoje terei que enfrentar uma nova fase em minha vida. Sim. O tempo passa muito rápido quando o que a gente quer é justamente o contrário.
Depois de ficar refletindo na cama por longos minutos, me levanto e quando estou saindo de casa, recebo uma mensagem de George, meu namorado, avisando que me aguarda no saguão. George e eu namoramos há seis meses. Nos conhecemos há um ano, assim que me mudei para esse condomínio que fica em Pinheiros. Ficamos amigos muito rápido e quatro meses depois ele me pediu em namoro, mas recusei por motivos já explicitados anteriormente. No entanto passaram-se mais dois meses e ele me pediu novamente e dessa vez aceitei. Não que eu gostasse dele de uma forma romântica ou que eu sentisse pena, aceitei apenas para ver se aprendo a gostar de alguém. O elevador vai descendo e passo a me perguntar se é certo o que faço com ele e se é certo o que faço comigo. Meus pensamentos são interrompidos pelo abrir das portas do elevador.
George está me esperando e me recebe calorosamente. Em seguida vamos ao seu carro, já que também é o seu primeiro dia de aula e sua escola é próxima a minha. Ele me conta o quão incrível foi sua viagem de final de ano no Canadá. Ele havia me convidado, mas recusei, pois, além de não querer ir, meus pais não permitiriam. Ele me fala ainda de seu colégio e colegas; apenas finjo interesse nessa conversa, sorrio e aceno com a cabeça como estivesse entretida.
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Amar é Preciso | ⚢
RomanceO que acontece quando uma adolescente se apaixona por sua professora? E se não for um sentimento mútuo? Mas... e se for? Juntos, conheceremos a Ana Clara Machado e Marina Amaral, aluna e professora, respectivamente, e o que resultará da aproximação...