Venti

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— Sim? — Pergunto por não acreditar que ela realmente quer me dar aulas particulares.

— Sim, oras. Por que não? Isso pode ser divertido. — Diz a última frase olhando o chão.

— Divertido, é? — Pergunto maliciosamente e ela me encara com um sorriso bobo.

— Sim, mas não no sentido que a senhorita está pensando, viu?

— Mas eu não pensei nada — Finjo indignação — Bom, precisamos agora ver o valor que a minha querida professora cobrará. — Me sento numa carteira próxima e ela fica na minha frente.

— Valor? Eu por acaso disse que cobraria alguma coisa? Não, né? — Me encara indignada.

— Meus pais jamais vão aceitar isso.

— E eu não aceitarei dinheiro algum vindo deles. Clarinha, eu te ajudarei com italiano com todo o prazer, viu? De certa forma será bom para mim também porque farei algo que gosto e... e com a pessoa que gosto. — Fico envergonhada ao ouvi-la falar isso e sinto minha pele enrubescer. Não sei exatamente como agir e por isso faço o que me parece ser o mais óbvio para o momento: Seguro em suas mãos e a trago para mais perto e aproximo nossos lábios — Estamos sozinhas aqui há quanto tempo? — Pergunta enquanto roça nossos lábios.

— Acho que uns dez minutos.

— Melhor irmos. — Diz já se afastando, mas seguro sua mão esquerda, a impedindo de se afastar definitivamente. Deixo-a bem próxima de meu corpo e envolvo minhas pernas em sua cintura para que ela não saia. — Já estamos aqui há muito tempo — Diz sorrindo, mas claramente quer me lembrar do risco de sermos flagradas.

— Se você continuar falando, vamos ficar mais tempo ainda.

— Puta que pariu, hein, Ana Clara? Pensei que tivesse morrido. — Babi diz fingindo irritação e levantando-se do banco. — Se perdeu no caminho pra cá, foi? — Faço que não com a cabeça — Então explica esse batom no canto da boca — Batom? Marina não usava um batom escuro. Usava? Assustada, passo os dedos ao lado dos lábios para limpar o suposto batom, mas assim que o faço Babi começa a rir desesperadamente — Você deveria ver sua cara. Você arrastou alguém para o banheiro ou foi arrastada?

— Para de falar besteiras, Babi — Respondo constrangida.

— Então por que ficou tão assustada?

— Mel, você explicou para essa maluca onde eu estava? — Pergunto para Melissa que até então estava calada, mas observava atentamente cada um dos meus gestos e provavelmente já desconfiando de algo.

— Mel? — A própria me pergunta som um sorriso no rosto.

— É que você é um doce. — Faço charme enquanto rio de minha resposta tola, já Melissa me abraça e beija meu pescoço.

— Que nojo! — Babi faz uma careta — Se ela não estivesse aqui comigo o tempo todo, eu juraria que era ela no banheiro com você. Ai, credo, não gosto de segurar vela — Babi afasta Melissa que estava pendurada em meu pescoço e posiciona-se entre nos duas. — Pronto. Melhorou. E a Mel — Faz voz enjoada — me falou que você estava conversando com uma professora e que deveríamos te esperar aqui no pátio, tá?

— Ótimo, então para de gracinha. — Repreendo-a com o olhar.

Chegando próxima a saída do prédio, vejo o carro de Bianca estacionado do outro lado da rua e suspiro só de pensar que terei de passar a tarde inteira naquele estúdio e, pior, fazendo nada.

— Não acredito! — Resmungo.

de babá, Ana Clara. — Babi pergunta rindo

— Tipo isso.

Amar é Preciso | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora