Trentanove

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Quando estamos já fora do auditório, rumo à saída, vejo Bárbara se aproximar como se não tivesse feito nada. Ao me ver, me abraça forte. Todos assistem àquilo com grande indignação. Quando ela se afasta, dou-lhe uma bofetada. O tapa é dado sem pensar, mas com um alvo certeiro. Bárbara coloca a mão sobre a face e dissimuladamente chora.

— Qual é a porra do seu problema? O que você tem na sua cabeça, sua doente? O que eu te fiz? O que a Melissa te fez? Você é completamente louca!

O choro continua, com as duas mãos, a empurro pelos ombros. Marina segura meus braços com força, me obrigando a encará-la.

— Você não tem esse direito e não vai resolver um problema com violência.

— Desculpa, eu... Ai, você está me machucando, Marina.

— Nunca mais encoste um dedo na minha filha, está entendendo?

— Professora! — Edith a repreende.

— Você é surda, Marina! — Dona Antônia grita ao se aproximar e afastar Marina de mim — Não encoste VOCÊ um dedo sequer na minha filha!

Sábado chega e com ele uma certa liberdade. Como Marina me ignora desde a reunião, decido ir vê-la. Sei que a sua chateação tem motivo.

Apesar de ter as chaves, toco a campainha. Com cara de poucos amigos, ela abre o portão e volta a entrar no imóvel sem nada dizer. A sigo e assim que ela fecha a porta, diz:

— Não responder suas mensagens também é uma mensagem, sabia?

— Sim, mas eu posso ser bem persistente quando eu quero uma coisa.

Tiro as mãos das costas e mostro uma flor dente-de-leão.

— Eu não acho que exagerei, sinceramente, acho que a Bárbara merecia mais. Só que entendo que esteja chateada comigo, afinal, ela é sua filha. Me perdoa?

Ela pega a pequena flor e coloca em meu cabelo.

— Você me dá tanta dor de cabeça! — Alisa meu rosto com a ponta dos dedos — Só posso ser masoquista pra gostar tanto assim de você.

Marina me prende em seus braços e me tira um beijo cheio de carinho.

— Então você me perdoa, né? Porque eu estou querendo fazer uma coisa... — Digo inocentemente. Ela sorri.

— E o que minha menina quer?

— Faça amor comigo!

— Não hoje, está bem? Minha cabeça está cheia... E precisamos resolver nossos problemas primeiro.

— Não temos um problema!

— Realmente, não temos UM problema, temos vários.

— Mas podemos esquecê-los por algumas horas, não?

A faço se sentar no sofá e fico em pé entre suas pernas.

— Não, Ana Clara, não podemos e não devemos... Eu não consigo pensar em nada além da minha filha nesse momento.

Sento em suas coxas e beijo a região do colo. Puxo a alça da blusa, deixando o seio direito à mostra. Marina se cala. A língua contorna a aréola lentamente. Quando sugo o mamilo, ela pressiona as mãos em minha cabeça e enterra os dedos nos meus cabelos. Uma das minhas mãos tenta desabotoar sua calça, mas acometida por uma lucidez (ou loucura, quem sabe?), Marina rapidamente me tira de seu colo.

Amar é Preciso | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora