"Saber encontrar a alegria na alegria dos outros,é o segredo da felicidade."-Georges Bernanos
Eric e eu estávamos a caminho da casa do Daniel,a notícia que eles iriam cantar no Classic foi uma grande e maravilhosa surpresa,e claro,todos nós estávamos felizes. Ainda sim, eu tinha um formigamento na nuca, uma sensação de nervosismo e alerta por motivo nenhum.
Um passageiro chama a minha atenção ao subir no ônibus,de um jeito nada bom. Um calafrio sobe pela espinha ao cruzar o olhar com o seu,de lentes vermelhas,sem contar com as marcas de briga no rosto.Seguro a mão do Eric,que não deu a mínima para o homem estranho, mas quando olhei sob o ombro,a figura nos encarava.O alívio só veio no nosso destino e ainda sim seus olhos vermelhos não quiseram nos abandonar.
-Relaxa Lavin,e daí que o cara é estranho?Isso não significa que ele queira nos matar.-Eric disse ao notar meu nervosismo.
-Você não acha estranho?Ele nos encarou a viagem inteira.Era como se ele fosse um usurpador de almas e estivesse tentando roubar a nossa.-Falei sentindo um arrepio.
-Você tem que parar com essa paranóia de quê alguém minimamente estranho quer te fazer mal.-Eric segura meus ombros.-Ninguém quer te fazer mal,não há porquê.
-Será mesmo?-Ponho minhas mãos sobre a dele.-Lembra dos sonhos que te contei?Da sensação de ser seguida?Ou do temor com algumas pessoas?
-Não sei o que desencadeou isso, mas é tudo coisa da sua cabeça.A Roberta já teve uma conversa séria com você sobre isso e te levou ao psicólogo.-Ele tem aquele olhar preocupado de que não sabe o que fazer comigo.
O engraçado é que não lembro de realmente ir ao psicólogo,sentar e conversar.Lembro sim de sair de casa e chegar a uma clínica afastada,mas a partir daí é tudo desconexo e não consigo juntar essa memória a outra.
-Não conta para a mamãe.-Peço.
-Não vou contar.-Ele beija o topo da minha cabeça,e não sei se posso contar verdadeiramente com a sua palavra sobre este caso.-Vamos,conversar com as meninas vai te fazer bem.
Demos os poucos passos para a casa do Daniel,sendo ele mesmo que abriu a porta para nós receber.
-Oi,Magrinha.-Dani me cumprimenta ao abrir a porta.
-Oi,Dani.-Lhe dou um abraço rápido.Ainda sem querer muito contato após o ocorrido com ele.-Como você está?
-Bem.-Ele responde dando um sorriso sem graça.
-Odeio esse clima.-Rafael resmunga atrás do Daniel.-É muita tensão.
-Eu provoquei, é justo.-O loiro me olha de soslaio.
-Se tivesse ouvido o que ela falou ou até mesmo o que eu disse não estariam assim.-Meu irmão diz.
-E aí,Eric.-Dani estendeu a mão para ele, que fazem o típico cumprimento.
-E aí,Daniel.Vamos entrar está ficando frio.-Eric coloca as mãos no meu ombro.
Encontro as meninas na sala, dando um abraço caloroso nelas. Sento perto da Dana,minha cunhada.Além de ser a caçula dentre os meninos,sou entre elas também,mas me dou bem com todas sem problema.
Colchões preenchem o espaço vago da sala onde os sofás foram afastados.Caixas de pizza estão empilhadas no centro,baldes de pipoca ao lado e sanduíches em uma bandeja e os refrigerantes em uma caixa térmica no chão.As meninas dividem sorvete de morango entre si enquanto cantarolam uma música pop. Após os rapazes terminaram suas partidas de vídeo game, sentaram-se conosco, respondendo nossas perguntas sobre eles e a banda.
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A Filha da Magia
FantasyLivro l da trilogia Magia Quando criança,Lavigne tinha sonhos e visões estranhas que sumiram por um tempo,batendo em seu inconsciente para lhe avisar de um acidente,que mudou a sua vida abrindo seus olhos para um mundo escondido sob os olhos mundan...