Tensão de Segunda

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Diana

Acordei hiperdisposta para uma segunda. Assim que o despertador do meu celular tocou abri os olhos com aquela preguicinha de uma manhã fria, mas não enrolei na cama. Levantei me espreguiçando gostosamente, pulei sobre Elvis, meu cachorro de cor preta da raça labrador, que dormia ao lado da minha cama e saí em direção ao banheiro para tomar banho e me assear antes de ir preparar o café da manhã.

Bianca, como sempre, deixaria para acordar na última hora, lamuriando dramaticamente. Aliás, ontem descobri, o porquê dela estar tão solícita com os afazeres domésticos, assim que acordei no domingo, a encontrei se arrumando toda animada para ir a um churrasco organizado por uma amiga do seu colégio e me pedindo para ir. Como dizia minha falecida mãe "Quando a esmola é demais, o Santo desconfia". Já sei que hoje, quando sair do trabalho, precisarei passar em um mercado para comprar algo rápido para o jantar, pois duvido que ela irá se dignar a preparar algo.

Fui para a cozinha e liguei a cafeteira para fazer o café e fui preparar a mesa para comermos, enquanto Elvis entrou e se estirou em um canto me olhando com a língua para fora.

Não demorou muito para ouvir um despertador tocar e alguns minutos depois minha irmã saindo do seu quarto em direção ao banheiro, com a cara totalmente "amassada" e praguejando tudo que era possível. Todas as manhãs era a mesma coisa.

Terminei de arrumar tudo e fui me arrumar rapidamente e quando voltei Bianca ainda estava no seu quarto se arrumando para ir estudar. Peguei meu café e me sentei a mesa e enquanto comia lembrava do final de semana. Primeiro uma maravilhosa noite com a exposição e depois indo naquele bar com Rita, Júlio e Luna, não queria admitir, mas me divertir muito. Depois veio o sábado e Rita acordando confusa aqui em casa e morrendo de dor de cabeça. Não podia deixar ela ir para sua casa sozinha naquele estado, seria perigoso. Depois de muito me explicar, ela acabou me obrigando ir ao shopping com ela. E para fechar a folga com chave de ouro, ficar em casa no domingo maratonando Anne with an E, na Netflix, confesso que não botei muita fé quando uma amiga me indicou, mas acabei adorando a história.

Mas admito que o que dominava minha mente era a sexta, ver Luna tão despojada daquela forma mexeu comigo. Ela conseguia ser leve e divertida, apesar de sentir que ela escondia algo que a incomodava. Como se aquela imagem de controlada e autoritária que ela passava no trabalho, fosse somente uma fachada para alguém atormentado. Fui trazida de meus pensamentos pela minha irmã que me perguntava onde estava seu achocolatado.

Peguei o metrô em direção ao trabalho e ao chegar já dei de cara com uma Carla totalmente animada me contanto tudo que fez neste final de semana. Sua animação era contagiante e me fazia rir descontroladamente quando contou sobre um "boy" que ela conheceu em uma balada e que não gostava que tocassem em seus cabelos. Não demorou muito e já estava totalmente submersa em meu trabalho, pois, no final daquele dia, já precisaríamos realizar um teste para visualizar alguma possível falha.

Estava concentrada em meus afazeres, quando alguém bateu na minha mesa levemente com os dedos, chamando minha atenção. Ao levantar a vista da tela vi o sorriso encantador de Júlio.

- Bom dia Diana!

- Júlio! O que faz aqui? - Perguntei assustada com sua presença, fazendo ele rir mais.

- Vim falar com a Luna, mas como ela está em uma reunião em sua sala com Amanda, resolvi dar uma volta na empresa e foi quando te vi.

O ato dele vir me cumprimentar tão naturalmente me deixou tão zonza que demorei alguns segundos para perceber que estava parada o encarando. Ao notar isso senti meu rosto esquentar, tentei me recompor o mais rapidamente possível e o cumprimentei com um beijo no rosto.

Nossos sentimentos (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora