Diana
Cheguei ao bar correndo e me encontrei logo com Rita, que, para minha surpresa, estava bebendo refrigerante. Ao me ver ela acenou com a mão e eu me aproximei, sentando próximo a ela.
- E aí... - Falou me olhando interrogativamente. - O que houve?
Antes de falar qualquer coisa, fiz sinal para o garçom que veio rápido e pedi uma cerveja. Enquanto Rita continuava a me encarar. - Preciso de uma opinião. - Disse assim que o garçom saiu.
- Sobre?!
Respirei fundo. - Hoje o Júlio me convidou para almoçar com ele... - Olhei para ela que prestava atenção nas minhas palavras. - E ele me fez um convite estranho...
Rita levantou uma sobrancelha estranhada com a pausa que eu dei, porém resolvi esperar, pois o garçom havia voltado com minha cerveja. Quando ele colocou sobre a mesa, não esperei muito e virei uma boa golada, sentindo o frescor do líquido preencher minha boca e garganta.
- E?! Continua... Que tipo de convite ele te fez?
- Ele falou que seus pais têm uma casa em Campos do Jordão... - Vi como Rita sorriu de canto. - E que precisava ir até lá... - Voltei a beber mais um pouco da cerveja. - E perguntou se eu e Bianca não gostaríamos de ir com ele. - Finalizei olhando fixamente para o semblante da minha amiga.
- Tá! E qual o problema? - Ela falou fazendo cara de poucos amigos para minha aflição. Era como se ela estivesse esperando uma bomba e eu cheguei com um estalinho, fazendo uma analogia pobre.
Arregalei os olhos aturdida com sua posição. "Como assim qual é o problema? Isso não é bastante problemático?!"
- Você tá louca? Ele me chamou para uma viagem com ele... acha isso pouco?
- Não Diana. Ele convidou você e sua irmã para uma viagem. Isso não significa absolutamente nada. - Falou fazendo sinal para o garçom pedindo para trazer uma cerveja para ela.
Não entendi a postura dela, afinal não era comum alguém fazer um convite assim, sendo que nos conhecemos a pouco tempo.
- Você não entende... - Tentei explicar sendo interrompida por ela.
- O que eu não entendo? Que você está com medo de ir com ele a uma viagem devido ao fato dele ter um interesse por você. - Sorriu maliciosamente como quem diz "é meio óbvio".
- OI?! - Falei me assustando.
Rita rodou os olhos e pegou sua cerveja dando uma piscadinha em agradecimento ao garçom que se retirou sorrindo sem graça. - Só um cego não percebe. - Bebeu um gole. - A forma como ele te olha, como ele fala com você. - Virou-se para mim me cravando o olhar. - Agora o fato é: O que você sente por ele?
Essa pergunta me estremeceu dos pés a cabeça. Eu tinha percebido algumas coisas, mas como não tinha certeza e sabia que ele era conhecido por ser mulherengo, não dei muita importância. E além disso havia outra pessoa mexendo com minha cabeça, alguém que eu não fazia ideia de como me aproximar.
Como responder a sua pergunta? O que eu sentia por ele? O que queria? - Não sei... - Falei em um sussurro.
- Pois descubra Diana. Não conheço Júlio o suficiente para dizer se o que ele quer é sério ou não, mas sei que ele quer um sinal que só você poderá dar. - Rita falou agora com um olhar acolhedor em minha direção.
- Ele disse que eu poderia pensar e dar a resposta depois. Eu não sei o que fazer. - Abaixei a cabeça passando ambas as mãos pelos cabelos em um sinal de nervosismo.
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Nossos sentimentos (Romance Lésbico)
RomanceLuna é uma jovem empresária do ramo de e commerce e vive uma vida lasciva e liberta de toda e qualquer amarra, ela não acredita no amor e nem na felicidade de um relacionamento. Diana é o oposto de Luna, passa uma impressão de frágil, mas devido às...