Conhecer seu passado

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Luna

Saímos da empresa e nos dirigimos a um barzinho próximo dali. Era um local que eu gostava muito de frequentar por ser discreto, mas sem perder a animação.

Diana não falou muito no trajeto, somente coisas dispersas e sobre o trabalho, porém não me sentia entediada, ao contrário, queria saber mais. Chegamos ao local e pegamos uma mesa de canto e pedimos um chopp para cada.

- Conhecia esse bar? - Perguntei tentando quebrar o gelo do desconforto.

Ela sorriu olhando em volta. - Não, mas gostei do clima. Bem animado, mas dá para conversar.

- Sim. Não costumo sair assim, mas sempre que posso venho aqui. - Falei bebendo mais um pouco da minha bebida.

Até mesmo a forma em que ela bebia era sexy, a forma como levava a caneca a sua boca e sorvia a bebida delicadamente, depois, inconscientemente, passava a língua pelos lábios. Eu estava enfeitiçada e, o pior, estava gostando desse feitiço.

- Me fala mais sobre você Diana. O que gosta de fazer? - Perguntei curiosa.

- Hmm... o que posso dizer? Sou Diana, tenho 23 anos, formada em Sistema de Informação, adoro ficar em casa assistindo filmes ou jogando no computador e tenho o sonho de ser professora universitária. - Respondeu sorrindo de uma forma boba.

- Professora Universitária?! - Indaguei interessada, não imaginava aquela garota dando aula.

- Sim! - Falou rindo largamente. - Eu sei que parece estranho, mas amo ensinar e amo TI, então quero unir ambos. - Passou a mão no cabelo tímida.

- Nossa! Eu reconheço que não tenho paciência para dar aulas. Acho que mataria um aluno. - Falei gargalhando e a fazendo rir alto colocando a mão na boca para abafar.

- Eu sei que parece difícil, mas acho que tudo está ligado a vocação.

- Acha? - Falei levantando uma sobrancelha inquisidora.

- Claro! Afinal lidar com clientes, realizar projetos como a Sr.ª não é tão simples, mas seu tino para o negócio lhe faz ver isso de forma fácil, sua vocação. Mesma coisa ensinar. - Falou piscando um olho e me fazendo abaixar a cabeça sem graça.

- Diana, pode me chamar pelo nome ou de você, afinal não estamos no trabalho e sim em um happy hour "descontraído". - Falei fazendo sinal com os dedos e sorrindo. Não a queria formal comigo, pelo menos não ali, naquele momento.

- Desculpe, é a força do hábito, Luna. - Falou ruborizada.

"Merda! Ela é tão linda quando fica tímida" pensei tentando disfarçar meu fascínio bebendo mais de minha caneca que não demorou a ficar vazia, me fazendo pedir uma nova para cada.

- Mas se quer dar aula, por que escolheu trabalhar neste projeto? Você entende...

- Eu sei. Mas a resposta é simples. Primeiro: preciso de dinheiro. - Falou fazendo uma careta engraçada e me causando riso. - Segundo: A experiência profissional é essencial para o conhecimento acadêmico. E terceiro: não quero largar o mercado.

- Entendo... Não quero me gabar, mas escolheu a empresa certa. - Falei levantando o queixo de forma orgulhosa a fazendo gargalhar.

- Digamos que foi a empresa que me escolheu, não é? - Pontuou de forma descontraída.

Lembrei-me da primeira vez que a vi na agência de recrutamento da Alicia, Diana estava disposta a lutar por aquela vaga, tanto que não recuou nem mesmo quando a provoquei durante a entrevista, ao contrário, me enfrentou veementemente me fazendo dar um voto no seu potencial. Parando para pensar, ali foi onde ela me chamou a atenção a primeira vez, mas eu não me dei conta de imediato.

Nossos sentimentos (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora