Sábado de emoções

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Luna

Acordei no sábado mais cedo do que o normal. Não que eu tenha dormido, a conversa com meu pai e a mensagem de Júlio encheram minha cabeça o suficiente para eu ficar a noite inteira revirando na cama.

Hoje seria uma dessas poucas oportunidades que tenho para poder passar um tempo com Paulinho. Na quarta-feira combinei com Amanda de levá-lo para um passeio durante o dia, o que ela concordou sem objeções, afinal era uma possibilidade dela se ver "livre" do pequeno.

Me arrumei com roupas leves (um macacão jeans curto, uma camisa branca com listras vermelhas horizontais e uma rasteirinha preta), peguei minha bolsa e meus óculos escuros e desci para tomar café da manhã.

Havia combinado com Amanda de pegá-lo às 09:00, portanto tinha tempo o suficiente para tomar meu café de forma calma, porém minhas preocupações não me permitiram saborear adequadamente minha comida. Margarida percebeu meu olhar perdido e até tentou descobrir a causa, mas ao ver que não daria nenhuma informação, ela deixou de lado. Creio que esperará quando eu ache melhor falar.

Cheguei na casa da minha "amiga" faltando 5 min para o horário combinado e já me encontrei com Paulinho arrumado correndo em minha direção sorrindo alegremente.

- Tia Luna! - Gritou pulando no meu colo.

- Oi meu amor! Como você está? - Perguntei o apertando.

- Estou bem e você? - Falou com seu sorriso lindo e os olhinhos brilhando. Paulinho é uma criança encantadora.

- Agora melhor, pois vamos passar o dia juntos.

- Bom dia Luna. - Ouvi a voz de Amanda vindo da entrada de sua casa. Ela sorria provocativamente em minha direção, era aquele tipo de sorriso malicioso que só ela sabia dar. Era, de certa forma, engraçado como ela conseguia agir assim mesmo na presença dos empregados e do seu filho.

- Bom dia Amanda. - Falei colocando Paulinho no chão.

Ela veio se aproximando e me deu um beijo no rosto, bem próximo a comissura dos meus lábios e depois se colocou atrás de mim me abraçando pela cintura. "Que filha da puta".

- Fico feliz que vão passar um tempo juntos. - Falou apoiando a cabeça no meu ombro.

- SIMMM!! - Gritou Paulinho elevando os braços em sinal de vitória.

- Vamos meu amor? - Falei sorrindo da postura do pequeno que foi correndo para dentro de casa pegar suas coisas para irmos.

Assim que o menino entrou, Amanda afundou seu rosto em meu pescoço aspirando meu perfume. - Sabe... sinto ciúmes quando chama outra pessoa de amor. - Falou por fim.

- Está louca? Ele é só uma criança, além de ser seu filho e meu afilhado. - Falei me livrando de seu agarre indignada com sua postura. Que mãe em sã consciência sentiria tal coisa repulsiva do próprio filho que é só uma criança?! - E pelo que saiba não temos nada para você ficar com ciúmes. - Pontuei friamente.

Ela sorriu com desgosto e ia me responder, mas nesse mesmo instante Paulinho saiu correndo de casa carregando uma pequena mochila com suas coisas, pois depois de passarmos o dia juntos ele passaria a noite comigo.

- Está pronto? - Perguntei para o menino que não se cabia em si de tanta alegria.

- Sim. Tchau mamãe. - Paulinho falou se aproximando de Amanda que grunhiu um "até" e passou a mão em sua cabeça se despedindo.

Peguei a mão do pequeno e o levei até meu carro o colocando no banco de trás e prendendo o cinto de segurança devidamente. Partimos para um dia de diversão entre madrinha e afilhado pela acalorada e movimentada cidade de São Paulo.

Nossos sentimentos (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora