Quando os corações se encontram

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Luna

Júlio havia vindo até mim e contado tudo que aconteceu entre ele e Diana, o que me tirou uma dor imensa do coração e agora estou transbordando de felicidade. Eu sei que parece egoísmo dizer que estou feliz por meu melhor amigo ser rejeitado, mas era inevitável, afinal eu estou apaixonada pela Diana e a quero para mim.

Estamos agora em seu carro seguindo em direção a casa dela. Meu coração está acelerado e o nervosismo toma conta do meu ser. "Quando a vir, o que devo dizer? Olá?! Como está?! Podemos conversar?! Será que ela vai me ouvir?! Afinal eu sumi por uma semana e não a atendi nem respondi suas mensagens", minha cabeça doía com todos os questionamentos que eu tinha e não conseguia me segurar em mim.

- Nervosa?! - Perguntou Júlio, chamando minha atenção.

- Dá para perceber?! - Falei o olhando sem graça.

- Tirando que você não para de balançar as pernas, fica olhando as horas de segundo em segundo e que muda de posição no banco a todo momento como se uma agulha estivesse te espetando, acho que dá para perceber bem pouco. - Falou sorrindo debochadamente e me fazendo dar um tapa leve em seu braço. - Outch... não se bate no motorista. - Reclamou rindo alto.

- Será que ela vai querer falar comigo? - Perguntei angustiada.

- Não creio que Diana irá se negar a falar com você, apesar de você ter deixando ela no "vácuo" por uma semana. - Respondeu sem tirar os olhos do caminho.

- Eu quero tanto vê-la. Espero que ela me escute. - Falei em um suspiro.

- Ei... - Júlio chamou minha atenção. - Relaxa! Vai dar tudo certo. - Falou sorrindo e me fazendo sorrir também.

Chegamos a casa de Diana por volta das 09:55 da noite e estava tudo apagado, a única luz acesa era a do portão.

- Será que já estão dormindo? - Perguntei desiludida.

- A essa hora? Nem se elas tivessem 60 anos, Luna. - Júlio respondeu sarcástico e indo tocar a campainha.

A casa delas era bem simples, em coloração azul, com uma janela com grades na frente e um portão lateral, que parecia dar para o quintal. Júlio tocou a campainha uma, duas, três, diversas vezes, mas em nenhuma houve resposta.

- Parece que não tem ninguém em casa. - Ele falou por fim, me deixando desiludida. - Podemos voltar amanhã ou se você quiser podemos ligar para ela.

Pensei seriamente na possibilidade de ligar e ela não me atender, o que me deixaria totalmente desolada, mas é como Júlio falou, eu preciso fazer algo e já que estava aqui, decidi tentar.

- Vou ligar para ela. - Peguei o celular e dei um toque, que se prolongou até cair na caixa de mensagens. - Nada, ela não me atende. - Falei já me sentindo derrotada.

- Calma.. não criemos pânico. Vou ligar para Bianca, ela, com certeza, está com Diana agora. - Júlio pegou o celular e ligou para a irmã de Diana, que, não demorou muito, atendeu a chama. - Bianquinha, minha linda. Tudo bem? - Falou Júlio sorridente e, pela sua feição, recebeu uma resposta positiva da garota. - Que bom, meu anjo. Estou aqui na frente da casa de vocês e não tem ninguém... - Parou de falar, escutando atentamente o que a menina dizia. - Ah... entendi. Onde é? - "O que vocês estão falando Júlio?" - Ok... vou praí. Beijos, minha linda. - Falou desligando a chamada.

- O que ela disse? - Perguntei apreensiva, já sentindo meu peito arder.

- Ela, Diana e Rita estão em uma festa... - "Festa?! Estou aqui desolada e ela indo em festas?" pensei já me irritando e achando que era uma idiota. - Ei... calma aí. - Falou Júlio me olhando assustado, pelo visto minha cara não deveria ser das melhores.

Nossos sentimentos (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora