Drinks e esclarecimentos

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Diana

Acordei sábado por volta das 8:00 da manhã com minha amiga grudada em mim como um bicho preguiça gruda no tronco da árvore. Não sei como ela consegue dormir dessa forma, chega a ser um pouco sufocante.

Com cuidado me livrei de seus braços e da sua perna que estavam sobre meu corpo e levantei indo para o banheiro. Fiz minha higiene matinal, coloquei uma roupa leve e fui até a padaria mais próxima comprar algumas coisas para o café da manhã. Conhecendo minha amiga como conheço, sabia que ela acordaria faminta. Comprei pão, frios, leite e alguns biscoitos.

Voltei para casa caminhando lentamente com meus fones de ouvido escutando pop rock nacional dos anos 80. Aprendi a gostar dessas músicas com minha tia, ela dizia que era a melhor época da música brasileira e sempre que estava na casa dela era sagrado fazer qualquer coisa ao som de Legião Urbana, Barão Vermelho, Kid Abelha, Eng. do Hawai e por aí vai.

Cheguei em casa e encontrei Rita saindo do quarto com a cara toda amassada e com o humor de um cão raivoso. Sabendo do seu estado de ânimo quando acorda, nem falei nada com ela, indo direto para a cozinha começar a preparar nosso café da manhã. Praticamente 40 min depois, Rita saiu do banheiro e já estava tudo pronto para nós comermos.

- Bom dia! - Falei sorrindo enquanto terminava de colocar as xícaras na mesa.

- Bom dia. - Ela respondeu se aproximando e sentando. - O cheiro do café está maravilhoso.

- Café durante a manhã, ou a qualquer momento. O melhor amigo dos profissionais de TI. - Brinquei me sentando a sua frente e colocando café na xícara para ela. - Dormiu bem?

- Sim! Há dias que não durmo tão bem. Você é um travesseiro confortável. - Respondeu e eu joguei um pedaço do pão na cabeça dela.

- Que bom que sou. Eu não posso dizer o mesmo da preguiça que grudou em mim. - Falei a fazendo rir quase cuspindo o café.

- Aí amiga, desculpa. É mania de criança, você já devia ter se acostumado.

Rita é uma mulher linda. Negra alta de cabelos cacheados bem cheios. Com um sorriso cativante e olhos castanhos escuros que falavam muito por si só. Muito vaidosa, sempre com a sobrancelha bem delineada, unhas feitas e usava roupas que valorizavam, e muito, seu corpo escultural. Ela não era de levar desaforo para casa e sempre tinha uma resposta pronta para tudo.

- O que vamos fazer hoje? - Perguntou.

- Bem... depois do almoço eu tenho uma partida online... - Percebi quando ela virou os olhos em forma de reprovação, mas não disse nada. - E a noite fiquei de sair com uma amiga do trabalho.

- Oi?! Como assim combinou de sair com uma amiga do trabalho? Que amiga? - Perguntou arqueando as sobrancelhas de forma raivosa. Rita era possessiva quando o assunto era nossa amizade. Não que ela não quisesse que eu tivesse outros amigos, mas ela dizia que precisava conhecê-los e dar seu selo de qualidade.

Soltei uma gargalhada quanto as suas perguntas o que a deixou com a cara mais fechada ainda me fazendo me recompor.

- É a minha supervisora, Carla. Tive que desmarcar nosso happy hour na sexta-feira, mas prometi que iria hoje com ela em um barzinho. - Respondi antes de beber mais do meu café.

- Hmm... Ok. Mas eu vou com vocês. - Sentenciou me fazendo aceitar, afinal negar só me daria dor de cabeça por um bom tempo com ela fazendo drama e não creio que Carla vá se importar de eu levar mais alguém.

- Podermos almoçar em casa. Eu faço a minha partida e depois vamos com Carla. Que tal? - Propus e ela aceitou sem falar mais nada.

Aproveitei a presença de Rita e que Bianca não estava para fazer uma pequena faxina em casa. Limpei e organizei meus livros e jogos, enquanto ela separava as roupas para lavar. Lavamos o banheiro e a área e até enceramos o chão. Com duas pessoas trabalhando animadamente ao som de um samba de raiz, não era meu estilo favorito, mas Rita amava, terminamos tudo a tempo de prepararmos o almoço.

Nossos sentimentos (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora