Comemorando a hipocrisia, mantendo as aparências Part. I

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Luna

A semana começou sem muitas novidades. Domingo fiquei em casa analisando alguns documentos do escritório, para espanto de Margarida, pois era comum passar praticamente todo o final de semana fora.

Mas foi bom, pois consegui adiantar diversas coisas do escritório, comer decentemente e ainda descansar. Quando era por volta das 18:00 já havia terminado tudo e decidi tomar um banho para relaxar, enquanto Margarida preparava o jantar para nós duas.

Terminei meu banho, coloquei meu roupão e, ao sair do banheiro vi meu celular largado sobre a cama, o que me fez atinar para algo. Peguei o celular e abri na mensagem de Júlio e, voltando um pouco as mensagens, vi o número de Diana que ele havia me enviado no dia anterior.

Salvei o número no meu celular e logo abri uma conversa no Whatsapp, exitei por um momento, afinal, ela poderia achar estranho que eu mandasse mensagem para ela naquele momento, mas segurei a coragem que tinha e mandei um "oi", esperando que ela respondesse, o que não demorou muito, pois ela respondeu com um "Quem é?", sorri de canto e falei que era eu e logo ela mudou o tom.

Joguei meu corpo sobre a cama e ficamos um tempo conversando e pude saber mais sobre ela. Descobri que ela adora filmes de terror e suspense. "Isso será um problema", pensei, já que detesto, mas acabei até me propondo a assistir com ela. Ela é apaixonada, assim como eu, por rock e jazz, ela ama pizza e sorvete de creme e sua comida favorita é strogonoff de frango.

Era tão fácil conversar com ela, tão simples dizer o que pensava. Falei sobre coisas banais, mas que me fizeram tão bem, não precisava ser um gênio para perceber que estava caidinha por ela. Tínhamos muitas diferenças, mas até nisso nos encaixávamos e no que parecíamos era esplêndido para nunca faltar o que fazer.

Só parei de conversar com ela quando Má me chamou para comermos, ela, por ser uma senhora, costumava comer cedo e, de vez em quando, eu a acompanhava para ela não se sentir sozinha. Nos despedimos desejando uma ótima noite e eu senti no peito a promessa de voltar a falar mais vezes.

Desci as escadas e fui em direção a cozinha, eu tinha uma sala de jantar na cobertura onde morava, mas geralmente preferia comer na cozinha, pois tinha a companhia de Má, além de ser mais prático.

- Oi Má... o que temos para comer? - Falei dando um beijo na sua bochecha e me sentando.

- Frango grelhado ao molho de requeijão, com arroz e salada. Tudo bem? - Perguntou se sentando.

- Hmmm... maravilhoso e pelo cheirinho deve estar delicioso. - Falei aspirando o aroma de sua comida. Margarida tinha uma excelente mão para cozinha e sempre buscava fazer coisas que eu gostava.

- Fiz suco de laranja também. - Falou esperando eu servir meu prato para servir o seu.

- Obrigada Má. - Terminei de servir e a esperei servir o dela para comermos.

- Minha filha, eu vi no meio das correspondências um convite para a festa de seus pais. - Falou enquanto se servia, me fazendo lembrar que tinha esse compromisso para quarta-feira. - Você já confirmou?

- Sim Má, minha mãe esteve no escritório buscando, pessoalmente, minha confirmação. - Falei começando a comer.

- Entendo! Já aprontou tudo? Sabe como Dona Tereza é exigente com essas coisas.

- Amanhã vou ao shopping comprar alguns vestidos e marcarei o salão para quarta-feira. - Pensei analisando e chegando a conclusão que quarta será um dia de produção perdida, pois terei que me focar nesse bendito compromisso.

Nossos sentimentos (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora