Ela

8.3K 638 147
                                    


Luna

Abri os olhos no dia seguinte me sentindo como se um trator tivesse passado por cima de meu corpo e com uma dor de cabeça avassaladora. A luz vinda das janelas irritavam minhas pupilas como se fosse fogo, me deixando com dificuldade em abrir os olhos.

Com muito esforço me sentei na cama levando as mãos a cabeça e sentindo meu corpo mole. Olhei em volta e percebi, para meu desgosto, que se tratava do meu quarto na casa de meus pais. Retirei as cobertas e notei que estava somente de calcinha. "Droga".

Fui cambaleando até o banheiro e ao me olhar no espelho notei como estava destruída. "Nunca mais bebo dessa forma." Enfiei meu corpo cansado embaixo do chuveiro frio e logo que o fiz me arrependi. A água parecia rasgar minha pele, porém era o melhor, naquela situação na qual estava, precisava me recuperar o mais rápido possível.

Após um banho demorado fui até o closet e peguei uma roupa qualquer. Depois de vestida peguei meu celular e, para meu espanto, eram quase 12:00, o que me fez acordar de vez, pois precisava ir ao escritório para fechar algumas coisas.

Corri pelo corredor e, por sorte, meus pais não estavam. Somente os empregados comuns da casa se encontravam fazendo seus labores normais. Um deles ainda me perguntou se desejava almoçar, mas nem respondi, indo pegar meu carro para ir direto para o trabalho.

"Que merda eu fiz ontem?" pensei. Afinal me lembrava dos momentos com Amanda e de Júlio me pegando para ir a piscina com ele e eu bebendo feito uma louca, depois disso, mais nada. Acordar na casa de meus pais, um lugar que evitava a todo custo, era algo que me assustava. Mas acordar na casa de meus pais praticamente nua depois de encher a cara, era algo que me aterrorizava.

No caminho para a empresa, verifiquei minhas mensagens no celular e tinham várias de Júlio e uma mensagem de Margarida. Além de chamadas perdidas de meu pai. Era para matar, só podia ser. Afinal o que ele queria comigo, depois dessa festa, algo bom não era.

Cheguei na empresa e parei meu carro na vaga de costume e corri para meu andar. Ao abrir a porta do elevador encontrei com Francine que me perguntou se estava tudo bem, afinal me ver no escritório vestindo um all star branco, uma calça jeans rasgada no joelho, uma camisa com o símbolo do Atari e uma jaqueta marrom era algo muito atípico, muito mesmo, afinal eu sempre estava formalmente vestida para o trabalho. Porém não tinha outra saída, pois era dia de um teste no projeto para começarmos a finalizar tudo e entregar.

Respondi que estava tudo bem seguindo para minha sala e ao entrar, para minha surpresa, me deparei com uma cesta de chocolates com um cartão em cima da minha mesa.

- O que é isso? - Perguntei estranhada a Francine que me seguia com uns papéis.

- Foi entregue hoje cedo, então coloquei em sua sala. - Respondeu Francine já tensa com minha pergunta. - Se deseja, posso levar embora.

Aproximei da mesa pegando o cartão e ao abrir logo reconheci a letra, pois estava escrito a mão.

- Tudo bem. Pode deixar. - Falei me sentando e pegando os papéis de sua mão. - Vou analisar e já te chamo. - Francine acenou positivamente e se retirou me deixando sozinha.

Aproveitei que ela saiu para ler a mensagem que dizia: "A noite de ontem foi confusa, mas serviu para me mostrar o quanto eu quero você. Te possuir é um desejo latente em mim e pretendo realizá-lo mais e mais vezes. Da sempre sua... Amanda."

Ao ler o que ela escreveu suspirei ruidosamente e apoiei minha cabeça no encosto da cadeira. "Amanda... Amanda... o que você quer de mim? O que você acha que somos?"

Nossos sentimentos (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora