Tormentas

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Luna

Estou desde que terminei minhas reuniões com os executivos de Santa Catarina tentando falar com Diana. Infelizmente, devido essa reunião que foi em outro escritório em São Paulo, não consegui vê-la e estou morrendo de saudades de ouvir sua voz ou abraçá-la, porém, não consigo falar com ela. Das duas primeiras vezes as chamadas não eram atendidas, mas quando tentei novamente, só dá desligado ou fora da área de cobertura, o que já está me preocupando.

Estou em meu carro indo em direção ao apartamento de Júlio, pois preciso fechar alguns detalhes com ele sobre uma nova divulgação de um projeto e por isso não posso ir direto para a casa dela, pois realmente estou preocupada em saber como ela está.

- Boa noite. - Júlio fala assim que abre a porta de seu apartamento para eu entrar. - Só você para marcar uma "reunião" depois das 19:00 horas na casa dos outros. - Diz debochado, mas logo estranha minha cara. - Aconteceu algo?

- Estou preocupada com a Diana. - Falo me servindo em sua cozinha.

- O que aconteceu com ela?

- Esse é o problema: eu não sei. Estou desde cedo tentando ligar para ela e não consigo falar. Só dá caixa postal. - Falo me apoiando na bancada da cozinha e suspirando.

- Relaxa Luna, ela deve ter ficado sem bateria e nem se precaveu em carregar. Sabe como ela é quanto está trabalhando, esquece até de comer. - Júlio fala tentando me tranquilizar.

- Eu sei, mas desde que estamos juntas ela nunca deixa de me atender ou de me retornar. - Falo com uma sensação ruim no peito.

- Fica tranquila. - Meu amigo se aproxima e me dá um abraço. - Ela deve estar ocupada, afinal você a "sequestrou" na sexta-feira. Logo você fala com ela.

- É... você deve estar certo. - Digo tentando forçar um sorriso.

- Agora vamos aos negócios, afinal quero descansar cedo hoje.

Fomos para a sala e consegui, com muito esforço, me focar no que precisava acertar com Júlio sobre um novo projeto que estávamos trazendo para a minha empresa. Todavia, minha cabeça, hora e outra, viajava para Diana. Não falar com ela durante o dia inteiro está sendo horrível, eu queria vê-la, saber como foi o dia dela, receber e dar carinho, nem que fosse por telefone. Estou viciada em sua companhia e está sendo horrível não saber nada dela.

Passamos, praticamente, três horas discutindo algumas coisas do que necessito que a agência dele faça, o que foi cansativo, mas no final foi produtivo, pois conseguimos fechar uma estratégia de divulgação muito boa para o que queremos alcançar.

Fui para casa e já eram mais de 22:00 e ainda tentava ligar para Diana, porém não conseguia completar as chamadas. Cheguei em meu apartamento sentindo um aperto no peito estranho, então resolvi ligar para Bianca e tentar descobrir o que estava acontecendo. Felizmente no segundo toque ela atendeu.

-

- Alô, Bianca?!

- Sim, sou eu Luna. O que deseja? - Bianca falou e senti um pouco de frieza em sua voz, algo que me assustou, afinal somos próximas e ela sempre é calorosa ao falar comigo.

- Estou ligando porque não consigo falar com sua irmã o dia inteiro, ela está bem? Está aí com você?! -Perguntei aflita e ouvi um suspiro do outro lado da linha.

- Ela está aqui sim Luna, mas não acho que seja um bom momento para vocês falarem.

- Como assim? O que está acontecendo Bianca?! - Perguntei nervosa e comecei a andar em círculos pela sala, chamando a atenção de Margarida que vinha da cozinha.

Nossos sentimentos (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora