19 - What?

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Heeeeyyy!!! Tudo bem com vocês? Curtiram o cap anterior? Espero que sim. Espero ainda mais que também gostem desse.
Ele tá um pouco grande, mas é o que temos pra hoje! Comentem o máximo que puderem, isso incentiva pra caramba e faz querer escrever pra vocês logo, então vamos ao que interessa!
Boa leitura e qualquer erro já sabem.

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:: Eu não sei o que você deve fazer... - Ficou em silêncio por um tempo e respirou fundo antes de continuar. - Olha, no seu lugar eu contava tudo para os meus pais. Lauren, você não cometeu nenhum crime, você só gosta de uma garota.

:: Eu sei, Vero, mas eu não posso contar. - Puxei o ar com força. - Eu não tenho coragem. Você sabe como eles são e...

:: Tia Clara ou Tio Mike nunca trataram eu ou Lucy diferente depois que nos assumimos. Somos lésbicas e eles lidam com isso normalmente.

:: Mas vocês não são filhas deles... Sem falar que o que eu diria? Eu nem sei o que sou. - Falei frustrada.

:: Então precisa descobrir. - Ela disse enquanto pegava minha mão direita e colocava entre as suas. - Precisa estar bem consigo mesma e com o que você é, até para saber como lidar com seus pais e como falar com eles.

:: Mas como eu faço isso? - Perguntei quase em súplica.

:: Eu não sei, Laur. Isso você mesma que deve descobrir. Comigo foi muito simples, porque eu sempre fui lésbica. Eu não fico com garotos porque eu realmente nunca me senti atraída por eles. Eu nunca senti vontade toca-los, beija-los... Meu primeiro beijo foi com uma mulher, minha primeira vez foi com uma mulher e certamente se um dia eu me casar, o que eu acho pouco provável, será com uma mulher. Pra mim nunca houve uma dúvida, eu sempre soube quem sou. Eu não tive essa fase de aceitação, porque eu não precisava aceitar nada, eu nasci gay e ponto final. - Ela dizia tudo de forma bastante explicativa, enquanto mantinha uma expressão calma. - Quando achei que era o momento certo falei com meus pais. Mas eu não disse como se fosse uma notícia de extrema importância, falei normalmente, porque era normal pra mim. Não falar ou falar, não ia mudar nada, porque já era muito bem resolvida comigo mesma, mas eles são minha família e precisavam saber. Meus irmãos como não moram com a gente souberam depois, mas também de forma natural e pra eles não foi algo surpreendente.

:: Eu queria ser como você. - Disse sincera enquanto esboçava um sorriso triste ao pensar que nem em sonho seria fácil assim pra mim.

:: Eu acho que você deveria dar um tempo. Não conta nada para os seus pais agora não. Reflete um pouco e tenta se encontrar. Cancela o mundo e tenta conversar consigo mesma. Tenta ouvir o que essa Lauren... - Ela deu dois toques com o no meu peito no lado esquerdo com o dedo indicador. - Tem a dizer. Para de ouvir um pouco o seu cérebro e segue o coração. Racionalizar tudo é o maior erro.

:: Eu vou tentar. - Respondi com um sorriso fraco.

:: Tenta mesmo! - Ela sorriu de volta e apertou minha bochecha. - Sabe, as pessoas acham que eu sou meio maluquinha e até um pouco exagerada, se é que me entende... Mas é que eu vivo, não costumo pensar muito nas consequências de tudo porque querendo ou não elas vem. Eu me jogo de verdade, amo de verdade, me entrego de verdade... Eu vivo, Laur! E é exatamente o que você tem que fazer. Viver.

Ela ainda mantinha o sorriso no rosto e tinha um semblante tão sereno que até estranhei não encontrar nem um vestígio de malícia em sua expressão.

:: Obrigada! - Falei encurtando nossa distância sobre a cama e me aconchegando nela.

:: Não precisa agradecer. Só quero te ver bem. - Ela disse me dando um beijinho no alto da cabeça.

So Soft and Cryptic Onde histórias criam vida. Descubra agora