Henry confronta Cecília

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Cecília entra na livraria, seu corpo está cansado e doido, não conseguiu dormir bem durante a noite, os últimos acontecimentos à perturbam, não sabe que decisão irá tomar, se irá para o céu ou ficará com Henry, lembra do dia que sentiu vontade de ir para lá, mas agora não sabe se ainda quer ser um anjo dos céus. Por outro lado tem Henry, que a atrai, simpático e um ótimo chefe, mas os dois não estão em um relacionamento, só rolou alguns beijos e ela nem sabe ao certo se o ama, mas sabe que se ir para o céu, não poderá ficar com ele, já que o relacionamento entre anjos e seres do submundo é proibido.

Ela olha ao repor, que furacão passou por aqui? por que tudo está espalhado e fora do lugar?Ela se a baixa e reconhe alguns livros, parece que invadiram a loja, porque a livros espalhados por toda a parte.

- Pelos céus, Henry - onde ele se meteu, será que aconteceu algo com ele, seu coração acelera, parece que vai sair do peito, sente vontade de chorar, olha para os lados a procura do bruxo, passa por cima de alguns livros e chega até o balcão e nem sinal de Henry.

Cecília fica ainda mais nervosa, ela não quer nem pensar que algo de ruim aconteceu com ele,resolve olhar no deposito, com a esperança que o encontre bem. Abre a porta devagar e encontra o ambiente bagunçado, liga a luz e avista Henry, deitado sobre inúmeros livros espalhados, ela corre até ele, procura algum machucado sobre seu corpo, mas parece tudo em ordem, chega mais perto.

- Henry - ela o chama, mas ele nem se move - Henry - toca seu braço com cuidado e o sacode um pouco, mas nada do bruxo abrir os olhos - Henry - toca seu rosto e verifica o pulso, sente os batimentos, está vivo pelo menos.

- HENRY - ela grita. O bruxo abre os olhos assustado, quem está gritando por ele essa hora da manhã.

- Cecília - ele vê seus cabelos avermelhado, parece preocupada - Aconteceu algo?

Cecília coloca às mãos na cintura, não acreditando no que está acontecendo, ela que deveria perguntar o que aconteceu e não ele.

- Gostaria de saber o mesmo de você?

- Juro que não bebi! - ele coloca as mãos para o alto. Se senta, xingando de dor nas costas.

- Por que a livraria e o deposito estão todos revirados? - ela quer uma resposta e espera que ele tenha um bom motivo sobre a bagunça.

- Estava procurando um livro senhorita.

- E precisa fazer essa bagunça toda - Henry revira os olhos e estala o dedo três vezes.

- Satisfeita? - a bagunça desapareceu - preciso de um café - diz ficando em pé.

- Que livro está procurando? - Ficou curiosa.

- Aquele que sumiu - Cecília pensa um pouco e lembra de ouvir Henry comentar algo sobre isso.

- Mas o que tinha de tão importante nele?

- Feitiços.

- Que tipo de feitiço?

- Vários.. vários feitiços muito antigos e poderosos - Cecília pensa um pouco, mas não lembra de ter visto.

- Eu andei organizando os livros na livraria, mas não tinha nada desse gênero - Henry parece desapontado, afinal ele ainda tinha esperança que Cecília o vira, ficou praticamente a noite toda o procurando.

- Desculpe não poder ajudar - Cecília fica triste por ver o desapontamento do bruxo.

- Obrigado mesmo assim, imaginei que não soubesse - e sorri grato.

Se aproxima de Cecília e passa sua mão pelos seus braços, chega a cintura e a puxa mais para perto, colando os corpos, ela ergue a cabeça, afinal Henry é mais alto, encara seus olhos de gato, ele alisa seu pescoço com uma das mãos.

- Posso te beijar? - ele pergunta. O desejo de beija-lo é mais rápido que a resposta e Cecília agarra sua boca com vontade e envolve seus braços na nuca de Henry, sente o desejo de não se soltar mais do bruxo, quer passar o infinito de seus dias ao seu lado, então ela lembra do anjo e se afasta.

- O que aconteceu? - Henry pergunta confuso, ele achou que ela queria beijo-lo, será que Cecília mudou de ideia, mas foi ela que iniciou.

- Nada - diz sem jeito - Temos que abrir a loja - ela tenta se soltar do bruxo, mas ele a segura pela mão.

- Isso pode esperar - puxa seu braço com cuidado e a beija novamente, sentindo os lábios macios do anjo, mas Henry percebe que Cecília está desconfortável e se afasta.

- Desculpe - diz triste e se afasta para sair, sua cabeça está dando voltas. Cecília vê a tristeza em seus olhos.

- Henry, espere - o bruxo para e a encara - A culpa não é sua, eu gosto de você.

- Então me conte o que está acontecendo. Estou forçando você a algo?

- Não - ela acena com as mãos em negativo - Claro que não, você é maravilhoso.

- Então me conte? - Henry cruza os braços - Tem algo a ver com aquele anjo? - Cecília desvia de seus olhos encarando o piso escuro.

- Sim e não.

- Você está afim dele? - ela o olha incrédula.

- Claro que não, nem pense uma coisa dessas.

- Então.... - pede para ela prosseguir.

- Ele me fez uma proposta, ele... - ela respira fundo - quer que eu vá para o céu - Cecília não consegue encarar os olhos de Henry, mas ela sabe que ele se assustou, até descruzou os braços.

- Você aceitou? - a voz dele sai quase como um choro.

- Fiquei de pensar.

- Sabe o que isso significa? - ela levanta a cabeça, segurando as lágrimas.

- Que se eu aceitar não poderei mais tem contato com você. - responde a ele, que confirma e se aproxima. Segura seu rosto com carinho.

- Eu não quero que você vá, mas não deixe de fazer o que você deseja, não ficaria bravo se for, só sentirei saudades.

- Eu também sentirei - ela o abraça e Henry beija o todo de sua cabeça, jurando com toda alma que ela recuse a proposta, mas não pode obrigá-la a isso. 

Entre as Trevas e os CéusOnde histórias criam vida. Descubra agora