Resistindo a sede de sangue

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Henry pediu para Raquel ir em casa e avisar a irmã que ele terá que viajar que ela terá que colocar o trabalho na livraria em ordem e por isso ficará na loja esses dias. E foi o que Raquel fez, Micaela não vai ficar desesperada achando que algo aconteceu por que ela sumiu.

Quando voltou para a livraria Henry estava lendo um livro, ele tirou o olhar do livro e encarou Raquel, deu um sorriso sem graça.

- Me ajude a fechar a loja, e vamos para minha casa, não se preocupe com mais nada Raquel, não te garanto que vai ser fácil mas eu vou te ajudar - Diz Henry, e Raquel assente assustada.

- Obrigada, não sei como vou pagar por tudo que está fazendo por mim! - Diz Raquel e Henry sorri.

- Se quer um conselho, nunca fale em preço neste mundo querida ou você pode ficar bem encrencada com o que te pedem! Diz Henry mais uma vez deixando Raquel assustada.

- Eu não acredito que isso está acontecendo comigo, essas coisas não existem! Diz​ Raquel nervosa anda de um lado para outro, Henry vai até a amiga, e a segura pelos ombros e a sacode de leve.

- Você terá um boa vida mulher, assim que conseguir controlar seus instintos tudo será como antes, mas tem que parar de se desesperar e reagir - Diz Henry e Raquel abraça o amigo e chora, ele retribui e acaricia as costas da amiga.

- Agora vamos, Quanto antes terminarmos melhor! Diz Henry, eles fecham tudo e Raquel pega sua mochila com roupas e partem para a casa do bruxo que não é muito longe e logo chegam, Henry abre a porta com mágica ao invés de uma chave deixando Raquel boqueaberta, e curiosa para entender mais sobre isso.

- Como funciona seus poderes? Raquel pergunta enquanto eles entram na casa.

- A magia vem do livro branco, sempre digo palavras mágicas antes de qualquer feitiço, e essas palavras acionam os poderes! Henry explica alegre.

- Então basta saber os feitiços do livro para ser um bruxo? Raquel pergunta curiosa.

- Felizmente não, para se tornar um bruxo e ser capaz de se tornar um muito poderoso tem que fazer um feitiço contido no livro negro, umas das coisas mais raras de se achar é o sangue de um mestiço, por exemplo um filho de um bruxo com um lobisomem, mas felizmente é difícil isso acontecer, nossas raças não se misturam, e como poucas pessoas sabem sobre os livros e seus guardiões, ninguém o faz de propósito, além do mais para o feitiço ser realizado com sucesso o mestiço já tem que ter alcançado a maturidade de todos os poderes que é mais ou menos aos vinte anos. Henry explica tirando o casaco e indo para uma porta, Raquel o segue curiosa e querendo saber muito mais.

- Isso é tão fascinante, nunca pensei que isso existisse e agora.... Henry olhou para Raquel preocupado e semiserrou os olhos e a encarou.

- Raquel não pode falar nada disso a ninguém, estou te contando essas coisas porque confio em você, mas não pode falar isso em voz alta nunca, jamais. Diz ele percebendo que disse algo muito confidencial a amiga.

- Juro que não conto para ninguém! Raquel fala olhando em seus olhos, e Henry acredita nela.

- Ótimo, mas não me pergunte mais sobre esses assuntos pois eu sem perceber já falei demais sobre um assunto proibido. Henry fala e continua andando eles estão em um corredor escuro que parece não ter fim - Agora eu vou te dizer o quê vai acontecer - Henry fala empurrando uma porta que dá em uma câmara - Você irá ficar no meio desta câmara, e eu vou usar minha magia para prendê lá, e depois vou adiantar sua transformação, eu sinto muito ter que fazer isso Raquel a primeira transformação é a pior, mas é melhor que na próxima lua cheia você já esteja familiarizada e controlada, ou pode machucar pessoas inocentes, lobos tem o instinto muito apurado e quando transformados não conseguem controlar o impulso de caçar principalmente se a vítima não for batizada. Henry fala e Raquel​ empalidece.

- Vou me tornar uma assassina, oh céus eu não sou batizada, por isso fui atacada? Meus pais não eram católicos, por isso acreditavam que crianças não tinham​ pecados e por isso não precisava ser batizadas. Diz Raquel chorosa ela se lembra da irmã e da sobrinha, tem que está controlada não pode fazer mal a elas, nunca se perdoaria.

- Eles tinham razão, crianças não tem pecados, mas não batiza las as torna alvo fácil para lobisomens recém mordidos que não são capazes de se transformar e serem racionais. Henry diz para a amiga.

- Faça o que tiver que fazer comigo, eu não ligo, só faça com que isso acabe e possa seguir minha vida normalmente. Diz Raquel ansiosa.

- Vou adiantar sua transformação e você vai querer me matar, então irei colocar uma grade enfeitiçada, sou muito novo para morrer e preciso me precaver. Diz Henry sarcástico, até porque de novo ele não tem nada.

- Tudo bem, faça! Diz Raquel decidida, Henry assente e Raquel solta a mochila no chão e vai para o centro da câmara, respirando fundo ela olha para Henry e sorri nervosa, Henry recita palavras de proteção bem baixinho e uma grade iluminada de tom azul se estende do chão ao teto.

- Azul é um tom que acalma, por isso sua cela será azul, quero você bem calminha. Diz Henry sorrindo para si mesmo, ele sabe que quando ela se transformar a última coisa que vai ficar é calma - Querida se você gosta desta roupa é melhor tirá la, pois quando voltar da transformação irá lamentar a perda total dela. Diz Henry examinando as unhas.

- Não gosto tanto assim para tirá la na sua frente! Raquel diz batendo o pé irritada.

- Te garanto que não haverá diferença, mas você é quem sabe! Henry diz e recita o feitiço de metamorfose - Está pronta Raquel? Pergunta Henry.

- Acho que sim. Diz Raquel nervosa.

- Então lá vai! Henry recita as palavras com mais convicção e sua voz sobe conforme o poder se esvai de dentro dele. Raquel não entende as palavras, a língua que ele fala nem parece ser uma que exista, de repente Raquel sente um incomodo no estômago e depois uma pressão na cabeça, logo depois sente a dor insuportável nas costelas, e pensa que vai desmaiar de tanta agonia, mas isso não acontece, os joelhos dela estala e se partem causando ainda mais dor. Henry termina o feitiço e Raquel está gritando em desespero enquanto a primeira transformação acontece, seus ossos estão se quebrando e o barulho tanto da agonia quanto dos ossos se partindo é horrível, Henry sente pena da amiga e quer parar a transformação mas não pode permitir que uma alma tão boa como a de Raquel se perca na escuridão do arrependimento.

- Aguente firme Raquel, você consegue! Henry sussurra baixinho para a amiga, em sinal de força para ele mesmo que está quase voltando atrás, mas vai acontecer com ou sem a ajuda dele.

Raquel sente o corpo mudando e a dor vai diminuindo, ela começa a sentir os pêlos e sente quando seu rosto se torna um focinho, sente os dentes e sua cabeça começa a trabalhar rápido, ela vai perdendo a consciência de humana e se sente como um animal que precisa caçar para não morrer de fome, sente sua imensa força, Raquel se transformou completamente no lobo o resto de suas roupas estão penduradas e totalmente rasgadas, ela começou a investir contra a grade que por conta da magia a repele mas não a machuca, ela olha para Henry furiosa, e sedenta por sangue, quer devorar aquele ser, por tê la trancado ali, a parte humana da Raquel sumiu, e única coisa que quer é sair pela floresta e caçar, a única coisa que quer é sentir se poderosa e forte, e esse maldito feiticeiro a impediu.

Entre as Trevas e os CéusOnde histórias criam vida. Descubra agora