Lua aceita conversar com Cael

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Lua estava cansada de ficar sem fazer nada na casa de Henry, então resolveu ir até a livraria visitar Cecília.

- Jura... bem que eu achei vocês parecidos - Cecília diz ao acabar de ouvir de Lua que Cael é seu pai.

- Pois é... eu nem acredito que mamãe me escondeu isso todos esses anos - Lua diz acabando de ajudar Cecília a organizar alguns livros.

- É complicado mesmo, mas não entendo uma coisa nessa história - Cecília encara Lua.

- O que?

- Por que Cael foi embora, isso você não falou - Lua para o que está fazendo para pensar no que a mãe contara.

- Por que eu não sei, ela não me contou - Lua fala irritada, por que sua mãe não conta a história toda de uma vez, fica contando em partes.

- E você, o que achou de saber quem é seu pai? - Cecília pega alguns livros e coloca na prateleira.

- Não sei - Lua dá de ombros - Eu quase não o conheço, se bem que ele me salvou e me ensinou a voar - Ela sorri de lado. Cecília sorri animada.

- Então podemos voar juntas algum dia, garanto que voou mais rápido que você.

- É o que veremos minha cara - Lua ri e escutam alguém entrar na livraria. Cecília levanta os olhos para ver quem entrou e encara o homem de uma forma curiosa.

- Acho que você pode tirar algumas dúvidas - ela diz sem olhar para Lua.

- Do que você está falando? - Lua se vira e procura o que Cecília tanto encara e seus olhos encontram Cael.

- Boa tarde meninas - Cael diz querendo quebrar o silêncio que invadiu o ambiente, se volta para Lua - Gostaria de conversar com você - Lua no entanto não responde, ela ficou nervosa com a presença do pai.

- Vai lá Lua - Cecília incentiva - Você deveria conversar com ele.

- Eu não posso agora, estou ajudando Cecília - diz para Cael tentando fugir da conversa.

- Que isso Lua, você já me ajudou, agora vá conversar com seu pai - Cecília empurra Lua para perto de Cael.

- Aceita dar uma volta? - Cael tenta ser gentil, ele não sabe muito bem como chegar em Lua.

- Só se for para tomar sorvete - Cael sorri e Lua sai na sua frente, os dois caminham lado a lado, o silêncio acaba ficando constrangedor.

- Me desculpe - Cael diz.

- Desculpar - Lua pisca várias vezes - Eu nem sei o que devo te desculpar, é pelo fato de abandonar minha mãe grávida?

- Eu não sabia que raquel estava grávida.

- Não, então porque foi embora? - os dois se encaram.

- Recebi um chamado do céu, aquele dia sua mãe estava com sua tia e não quis atrapalhar, achei que era só alguma nova missão e voltaria logo, mas quando cheguei no céu - ele respira fundo - Quando cheguei, fui aprisionado por quebrar as regras.

- Mas o que você fez de tão grave?

- Me apaixonei e me envolvi com um ser do submundo, com sua mãe.

- Mas isso é um absurdo, por que você não pode se apaixonar, isso é cruel.

- Eu sei, mas quando aceitei ser anjo, me submeti a essa lei, no dia que me prenderam descobri que Raquel estava grávida, me disseram que iriam caçar vocês e matá-las, eu queria fugir e proteger vocês, mas não consegui, fiquei preso por anos - Lua queria dizer algo, mas não sabia o que - Achei que estavam mortas.

- Bem, nós não morremos - Lua sorri de lado.

- Você não sabe a alegria que senti ao vê-las vivas e digamos seguras - Cael se sente bem ao contar para Lua - Pena que sua mãe seja tão cabeça dura, eu ainda a amo, mas acho que ela nunca vai me perdoar.

- Tenha paciência com mamãe - Lua o abraça - Ela é teimosa - Lua podia sentir a voz do anjo triste ao se referir de sua mãe, ela ficou triste por eles.

- Eu sei - ele ri - Tem uma outra pessoa aqui que é igualzinha - coloca o dedo da ponta do nariz de Lua.

- Eu não sou teimosa - ela franze a testa.

- Tudo bem - Cael abre um grande sorriso - Vou acreditar em você.

- Então estou desculpado? - Lua faz cara que está pensando.

- Não sei se posso te desculpar.

- Mas por que não filha, eu fiquei tão feliz quando me disseram que Raquel estava grávida, grávida de um amor intenso e vivo que sinto por sua mãe. Você não faz ideia do quanto lamento por não ter participado e ver você crescer.

- C... Pai - Lua olha em seus olhos - Senti sua falta.

- Eu senti muito mais minha pequena, eu sofri todos esses anos achando que nunca conheceria meu filho e aqui está, essa moça tão linda quanto a mãe.

- Eu vou te desculpar, mas com uma condição - tenta ficar séria, mas o sorriso travesso a entrega.

- Que condição? - Cael fica intrigado.

- Me compre o sorvete que acabou de prometer - Cael gargalha e abraça forte a filha, chegando a levantá-la.

- Vamos comprar esse sorvete então, antes que mude de ideia - eles riem.

Lua até que gostou de saber que Cael é seu pai, ele parece uma pessoa legal, bem que sua mãe poderia perdoá-lo, seria tão bom ver os dois juntos.                        

Entre as Trevas e os CéusOnde histórias criam vida. Descubra agora