Onde está Rayran
Cecília entra na livraria, faltava poucos minutos para abri-la, por essa razão entrou pela porta dos fundos, ligou a luz e atravessou o deposito indo em direção a ala da frente.
Parou de andar e se voltou para uma sombra no canto, piscou várias vezes pois não acreditava no que estava vendo, Henry dormindo sentado na poltrona de camurça vermelha. Ela estranhou, afinal ele nunca chega antes do horário, se aproximou e tocou seu braço o chamando.
- Henry - ele resmungou e abriu os olhos vagarosamente, quando viu que era Cecília parada a sua frente ajeito rápido a postura - Aconteceu alguma coisa? - Cecília pergunta intrigada.
Ele nega com a cabeça, não encarando Cecília nos olhos, ela desconfiou que era mentira, ele percebeu - Como está sua mãe? - disse rápido, mas não se importava com a saúde da mãe de Cecília, achava aquele anjo chato e preconceituoso.
- Está melhor agora, foi só uma crise - diz calma e encara o bruxo - Henry está acontecendo algo que eu não sei? - ele se levanta rápido e começa a andar nervoso.
- Não está acontecendo nada - diz depressa.
- Sinto que está nervoso e eu consigo ver em seus olhos que esconde algo - Cecília coloca às mãos na cintura, Henry solta o ar de raiva.
- Eu vi você e Cael juntos - diz a encarando.
- E daí? - ela não entende o motivo de seu nervosismo.
- Vocês saíram juntos ontem, eu vi com esses meus olhos de gato.
- Sim, quando sai daqui encontrei ele no caminho e me acompanhou até a casa de minha mãe - Henry faz cara de desapontado, então Cecília entende o que está acontecendo.
- Pelos céus Henry - ela leva às mãos para cima - Está com ciúmes de Cael? - Henry não responde, só a olha de lado.
- Não precisa ter ciúmes dele, ele ama Raquel.
- Isso não significa nada.
- E eu te amar significa algo? - agora ela está irritada. Henry se espanta.
- Isso significa muita coisa.
- Pois bem, eu te amo e não vou ficar arrastando asas para um anjinho, se liga Henry, se eu não quisesse você já tinha dado um pé na sua bunda - Henry arregala os olhos, ele está um pouco assustado com as palavras que Cecília usou - Até parece que sou do tipo que fica arrastando asas por aí, se estou com alguém estou com ele, não com vários.
Henry sorri, se sente arrependido por não confiar em seu anjo, corre e a levanta no ar com uma abraço - Me desculpe, prometo não desconfiar mais de você - diz distribuindo beijos em seu rosto.
- É bom mesmo não desconfiar mais, odeio crise de ciúmes - ele continua os beijos, até alcançar sua boca e a beija com gosto, mas o barulho de alguém batendo na porta os interrompe.
Henry torce a boca e vai verificar quem está a bater, ainda está cedo para abrir a loja. Ele até leva um pequeno susto quando vê Lua, Raquel e Cael parados na porta.
—Bom dia, aconteceu algo? - pergunta rápido, Lua o abraça praticamente chorando.
—Rayran padrinho, Rayran foi raptado. — Lua diz rápido.
—Como?- ele pisca várias vezes tentando entender o que aconteceu - Me conte essa história direito? - eles entram e Lua começa a narrar os fatos.
—Então você acha que foram os mesmos que te sequestraram? - Lua concorda com a pergunta de Henry - Posso tentar rastreá-lo, tem algo dele para fazer o Rastreamento.
—Lua pensa um pouco e lembra que tem uma camisa dele no seu quarto, saiu correndo deixando os olhos a verem partir. Um silêncio constrangedor toma o local, a ansiedade por achar alguma pista sobre o vampiro fala mais alto, em pouco tempo Lua volta com a camisa em mãos.
—Aqui padrinho - ela entrega a camisa com esperança de encontrar seu amor ainda vivo, por que ela sabe que os raptores não terão piedade em matá-lo se assim for preciso.
Henry segura a camisa com uma das mãos e a outra coloca por cima do tecido, fecha os olhos e se concentra em encontrar o local, uma floresta surge, sua visão a atravessa indo de encontro a uma casa de campo antiga, parece estar abandonada, ele tenta entrar dentro da casa, mas sua visão é impedida. Abre os olhos e encontra Lua o encarando com esperança.
—Não consegui vê-lo - ela entristece - Mas consegue ver um local, depois da Floresta, uma casa de campo antiga, desconfio que esteja lá, mas quando ia tentar chegar mais perto, a visão foi interrompida, deve ter algum encantamento ao entorno da casa.
—Então vamos rápido - Lua já está na porta.
—Calma Lua, você nem sabe onde essa casa fica - Raquel diz aflita.
—O padrinho disse depois da floresta, é para lá que vou - Suas asas aparece e ela sai voando. Cael corre atrás.
—Vou atrás de Lua voando, você conseguem ir por terra?
—Eu vou voando com você - Cecília diz já indo até o anjo.
—Nós estaremos logo atrás - Raquel diz olhando Henry, que confirma com a cabeça.
Os anjos batem as asas e correm para alcançar Lua.
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Entre as Trevas e os Céus
FantasyO que você faria para proteger quem mais ama? Foi a pergunta que Raquel se fez e sua decisão mudou o rumo dessa história. Raquel era uma garota como outra qualquer, mas isso muda quando ela é mordida por um lobo, seu amigo Henry irá ajudá-la a p...