Livro Preto

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Henry resolveu ir comprar café, ele estava com vontade de beber um expresso, poderia fazer uma simples mágica, mas aproveitou a deixa para convidar Cecília para passear, ela achara estranho afinal era no meio da tarde, mas o movimento da loja estava fraco, não faria mal deixá-la fechada por uma hora, ela era apenas um mata tempo para o bruxo.

- Então, me conte mais sobre você! - Cecília diz querendo saber alguns dos mistérios que Henry guarda, ela bebe de seu chá gelado, enquanto ele pensa no que dizer. Estão caminhando no parque da cidade, que fica no meio do caminho, de mãos dadas andando calmamente.

- O que exatamente quer saber? - Diz com um sorriso. Cecília pensa um pouco ela não sabe ao certo o que perguntar.

- Como veio parar aqui na cidade, digo, por que morar aqui, existem lugares lindos para se viver, por que essa cidade pequena?

- Eu gosto daqui! - Encarou os olhos do anjo. - Tem muita vegetação e é calmo, poderia ter escolhido cidades movimentadas, mas chega um momento que você cansa daquilo tudo e só quer um lugar de paz para morar.

- Entendo! - ela sorri - também gosto da calmaria desse lugar.

- Pena que daqui há alguns anos terei que me mudar.

- Por que?

- Eu não envelheço, o humanos iriam começar a desconfiar, então eu me mudo.

- Você tem razão, os humanos não entenderam, já foi para o Egito?

- Sim.

- Qual foi o último país que morou? - Cecília está gostando desse interrogatório.

- Foi na Rússia, mas não fiquei mais de um século.

- Mais de um século - diz espantada e Henry sorri - Que idade você tem?

- Acho que 600 anos.

- Pelos Céus... achei que era mais novo.

- Está me achando muito velho para você? - Ele encara seus belos olhos, Ela sorri.

- Claro... que não, bem, talvez um pouco, meu velho! - E bate de leve em seu braço.

- Seu velho é - sorri malicioso, ele agarra Cecília pela cintura e a gira no ar, coloca no chão e rouba um beijo.

- Vamos apostar uma corrida, mas sem truques ou magia.

- Nem vem, não tenho dom algum para correr, se fosse voar eu aceitaria - e rouba um beijo do bruxo. Se solta dele e sai andando na frente, Henry acelera o passo para acompanhá-la e quando se dão conta estão parados na porta da livraria.

Henry a abre, mas mantém a placa de fechados na porta, agarra Cecília por trás e sussurra.

- A gente poderia brincar um pouquinho - Henry beija seu pescoço.

- Quer brincar do que? - responde tentando se fazer de inocente.

- Papai e mamãe, o que acha?

- Hum.. parece interessante, você é a mamãe e faz a janta, eu como papai vou assistir o jogo. - diz rindo, ele não esperava por essa.

- Querida, você não entendeu a brincadeira - ele cruza os braços.

- Não tenha dúvidas, eu entendi perfeitamente, mas agora não é hora - Se dirige até a porta e vira a placa "abertos".

- Bem que você poderia passar a noite aqui! - Henry se encosta no balcão.

- Vou pensar no seu caso.

- Vai pensar ainda! Ele faz cara de choro.

- Vou sim - Cecília ri de Henry. Ele a olha com desejo, mas sabe que não conseguira nada agora, se afasta do balcão e vai até a mesa do canto, conferir às correspondências, que já há estão dias amontoadas.

- contas ... contas... contas - Henry diz jogando às cartas para o lado - São Cipriano - ele acha estranho, não costuma receber carta deles. Se acomoda na cadeira e começa a ler:

"Senhores Guardiões São Ciprianos,

Comunico-lhes com pesar, que o nosso honrado membro, o guardião Cristhofer,  viera a falecer na noite de ontem. Por meio deste, aviso-lhes também que o livro preto que estava em posse do mesmo, sumira, no momento não tempos informações sobre quem ou o que foi responsável pelos fatos citados. Assim que obtivermos mais informações, transcrevo aos senhores.

Em tudo mais, Presidente dos Guardiões São Ciprianos Antony Sanfoz."

Henry não acredita no que acabará de ler, um bruxo foi morto e o livro sumiu, justamente no momento que o dele desapareceu - Preciso encontrá-lo rápido - O certo era avisar aos guardiões que o livro dele também sumiu, mas ele pode ser condenado por isso, melhor procura-lo, deve estar dentro de casa, pensa consigo.

Henry sente que algo ruim está próximo, ele tem medo de pensar no que possa ser, só sabe que se esses livros caírem em mãos erradas, algo terrível vai acontecer.



Entre as Trevas e os CéusOnde histórias criam vida. Descubra agora