Dona Flora

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Henry resolve visitar sua amada, pensa um pouco e lembra o endereço, ele nunca foi até lá, mas não fica muito longe do ponto que estava, avista o prédio e entra batendo na porta de Cecília, dá três batidas e espera um instante, a fechadura se abre e Cecília olha surpresa para ele, mas ela sorri e o abraça, dando um leve beijo nos lábios.

- Que surpresa boa – diz ainda abraçada a ele.

- Estava com saudades do meu anjinho.

- Também estava com saudades de um certo bruxo – Cecília entra seguida de Henry, ele fecha a porta com um estalar de dedos e agarra Cecília pela cintura a prensando na parede.

Ela fica assustada, mas relaxa com o toque dos seus lábios em Henry, ele começa um beijo lento, que aos poucos ganha intensidade, Henry a pega no colo e caminha até o quarto, sem saber onde é, mas Cecília o ajuda.

Coloca a jovem delicadamente na cama e fica sobre ela, aumentando a intensidade dos beijos.

Cecília escuta uma batida na porta, tenta se afastar dos lábios de seu amor, sem vontade.

- O que aconteceu? Te machuquei?

- Não, não é você – o barulho na porta é ouvido novamente – Tem alguém na porta.

- Mas agora – ele parece desapontando – Deixa bater, não deve ser nada importante – volta a beijar Cecília.

- E se for? – ela se afasta, ele faz uma expressão de chorão – Não faz essa cara, eu já volto – da um selinho e corre para atender a porta. Henry senta na cama ajeitando os cabelos e se encosta no batente da porta vendo Cecília a abrir.

- Mãe – ela diz espantada, vendo sua mãe parada na porta. Dona Flora viu a fase de espanto da filha, estranhou ela agir assim, caminhou para dentro e deu de cara com o bruxo.

- Boa tarde Dona Flora - sorriu sem vontade, não queria ver aquela mulher ali.

- O que esse ser está fazendo aqui com você Cecília? Pergunta Flora com a mão na cintura, não estava satisfeita com essa cena.

- Eu vim visitá-la - Henry diz rápido ajeitando a postura.

- E porque veio visitá-la? Que tipo de relação vocês tem afinal? Pergunta ela indo em direção ao bruxo.

Henry olha para Cecília que faz sinal para não contar, pois pode dar uma tremenda confusão - E por que a senhora quer saber? - Cecília coloca a mão na boca, Henry deveria ter ficado calado.

- Porque você é um bruxo nojento e desde o inicio não queria que minha filha trabalhasse com você, exatamente por vocês sub-mundanos ser esses idiotas arrogantes! Diz Flora bufando de raiva

- Para a sua informação posso ser bem educado se a pessoa que esta a falar com comigo também seja - cruza os braços encarando Dona Flora.

- Cecília, olha como esse ai fala comigo! – ela aponta o dedo para Cecília - Me responda mocinha que tipo de relação vocês tem afinal! Diz Flora indo na direção da filha e chacoalha... Ceci a olha assustada, nunca vira a mãe tão em pânico.

- Ele.. ele - ela gagueja - é um amigo - Henry fica triste por Cecília não contar a verdade, mas entende de certo modo, se aproxima de Cecília e tira as mãos de Flora sobre ela, ficando no meio das duas.

Henry já está cansado disso, essa senhora terá que entender: - Eu gosto muito da Cecília e não faria nada para machucá-la, você que está a machucando sento tão intolerável e preconceituosa.

- Cecília? Diz Flora fechando os olhos... - Eu sempre te falei que na vida sempre se tem uma escolha, e estou te dando uma agora... Não quero saber o que há entre vocês! Mas se isso continuar, eu não te conheço mais como minha filha! Diz Flora olhando para uma Cecília branca como papel, nunca pensou que a mãe faria isso com ela.

- Mãe não faz isso - ela implora para a mãe.

- Não faça isso você! Eu te criei com zelo e amor, e você está pensando na possibilidade de ficar com esse bruxo? Diz Flora dando as costas com os olhos cheios de lágrimas, esperando que Cecília a chame.

Mas Cecília não a chama, ela esta confusa, ela ama Henry, mas ama sua mãe também, não quer perder nenhum dos dois, ainda bem que a mãe não sabe da proposta de ir para o céu, pois se souber fará de tudo para Cecília ir.

Henry fecha a porta vendo que Cecília esta em choque, a abraça e sente suas lagrimas molharem a camisa.

- Desculpa - ele sussurra em seu ouvido - Eu sei que deveria ser mais educado, mas ela me tira do serio.

- Ela não entende – Cecília balança a cabeça – Ela acha que só os anjos prestam, mas se eles são tão bons assim por que meus pais foram banidos de lá.

- Não sei por que querida, mas eles nasceram no céu, aprenderam que os seres do submundo são sujos por terem parte de demônio, mas não é o sangue que faz a pessoa e sim o caráter dela – e abraça mais ainda seu amor.

Entre as Trevas e os CéusOnde histórias criam vida. Descubra agora