Livro 1. Série Dark Souls.
Kananda Wright sempre foi atraída pelos bad boys, aqueles que fumavam e possuíam tatuagens espalhadas pelo corpo. Ou talvez, que só se vestissem de preto. Não importava, ela adorava observar os homens. Mesmo que a sua vida...
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COM ABSOLUTA CERTEZA não era para me lembrar de um possível Lorenzo Willer, certo? Errado, meu cérebro cismou em me contrariar. A aula estava acontecendo na minha frente e eu não saberia deduzir o que o professor estava dizendo.
Que. Vergonha.
Felizmente, a aula de Biofísica era uma das que me dava relativamente bem, então não estava tão preocupada com meu desempenho — embora tivesse a reles impressão de que não tinha escutado uma palavra e a prova era depois de amanhã.
Escutei Cristina falar sobre a, ainda, maldita prova de Anatomia e de como tinha gabaritado.
— Foi muito fácil, não foi? Acho que Alicia foi mal, porque estava chorando no banheiro.
E eu com isso?
Já tinha os meus próprios problemas para cuidar. Estava indo de mal a pior na faculdade e duvidava que conseguiria passar em todas as matérias dessa fase.
Olhei para as plantas verdes ao redor do nosso centro acadêmico de Medicina Veterinária.
Alicia Daves era nossa colega de turma. E a mais odiada por ela. A garota era simplesmente insuportável, interrompia a aula para fazer comentários especulativos, como se soubesse o que estava dizendo. Quando, na verdade, ela mal deveria saber onde ficava o coração de um cachorro.
Espere. Será que ela compreendia que cachorros possuíam coração?
— Claro — murmurei —, a prova não foi tão fácil assim. Ela tinha que chorar mesmo.
Assim como eu.
— Também não é para tanto, Kananda — riu.
Recomeçamos a andar.
Respirei fundo e mordi os lábios, incomodada pela chacota não intencional. Quando tinha entrado ali, decidi que não faria nenhuma amizade. As do ensino médio já tinham bastado para me dizer que não valia a pena ter amigas falsas.
E nenhum outro tipo de amiga.
Eu não sabia conversar com ninguém por muito tempo — sempre acabava falando algo impróprio ou rindo em um momento sério. Ou ficando em silêncio, sem saber o que dizer. As pessoas tinham razão em se afastar. Mas isso não significava que não doía.
Mas... Cristina grudou de uma tal maneira em mim... que era difícil simplesmente dizer: Afaste-se. Ela possuía a pose de durona e patricinha, mas no fundo — bem lá no fundo mesmo —, eu sabia que Cristina era parecida comigo a sua maneira.
Atrás de seus olhos claros, conseguia enxergar a escuridão. Ela escondia algo debaixo dos sorrisos meigos. E acho que eu não gostaria de saber o que era.
No instante em que Cristina guardava os sentimentos dolorosos e a mágoa para si, eu mostrava-os para o mundo. Sendo estúpida, grossa e totalmente irritante com os que se arriscavam a ficar ao meu redor e ao alcance das minhas palavras.
