QUARENTA | *REGRET*

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ESCUTEI AS ÚLTIMAS batidas de Over My Head, Echosmith em meus ouvidos e senti o vento gélido tocar meu rosto em uma carícia. Depois da resposta de Enzo, guardei o celular no bolso do moletom, pensando no que faria para sair de casa.

Eu já estava farta de ficar trancada, já estava velha demais para receber um castigo desses. Eu era selvagem. Gostava da rua. De observar a noite. Não de ficar dentro do quarto, estudando para a prova da próxima semana — mas claro que também fiz isso, afinal, minhas notas precisavam melhorar.

E, principalmente, sentia falta de um certo alguém do Perverse Killers. Além de treinar e sentir a violência dentro de mim sendo drenada para os chutes e socos.

Apoiei a cabeça nas grades vermelhas do corredor do segundo andar do meu prédio e observei o movimento lá embaixo. Vi quando Lorenzo saiu da lanchonete e entrou na caminhonete, dando partida. Gabriel saiu logo em seguida e seguiu para seu carro.

Ali de cima era difícil distinguir o rosto das pessoas, mas existiam poucos estudantes com o corpo coberto de tatuagens e carros tão específicos e conhecidos.

Suspirei tristemente e levei o cigarro a boca, puxando e soltando o ar. Fitei a fumaça que era levada pelo vento. Christina me deu um tchauzinho e seguiu em frente, assim como todas as pessoas da minha sala dispensadas pelo professor de Biofísica.

— Ei, Kananda? — Uma delas me chamou.

Ai, não.

Girei o pescoço para encará-la. Ela era feia, pequena e magra. Nojenta até os fios dos cabelos pretos e lisos, usava óculos quadrado que deixava suas feições ainda mais horríveis. Ela se chamava Lauren e era a aluna mais insuportável da sala toda.

— Sim? — Respondi.

— Quer ir comer com a gente?

Sério? Eu sabia que ela tinha me visto com Lorenzo, Gabriel e Scott. Ela e seu clã de amigas bruxas só queriam saber de homens e três invejáveis comigo atiçava sua melhor performance de recém-amiguinha-idiota-corpo-de-madeira.

Ela começou a me convidar três dias atrás, para ir lanchar ou até tomar água — mesmo nunca tendo olhado em minha cara antes. Pois, claro que se um dos três estivesse na lanchonete, ela chamá-lo-ia na nossa mesa para que pudesse jogar seu "charme" neles.

Fire | Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora