TRINTA | *ANSWERS*

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Vinte dias depois

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Vinte dias depois.

DEBOCHADAMENTE, ENCAREI O verme em minha frente. Ele estava fedendo a sangue e morte.

— Você não parece bem, algo errado?

Ele não respondeu... mas como falar, se justamente, a língua fora cortada? Estávamos na "masmorra" do Ruthless e Sadrack tinha dado um belo acabamento ao garoto que quase conseguiu estuprar Kananda. Se não fosse por Lorenzo.

Ele nunca saberia, mas eu seria capaz de agradecê-lo pelo que impediu. Por ainda conservar a ponta de pureza que Kananda tinha dentro de si. Voltei meus olhos ao moleque. Um antebraço e uma perna cortada, contando com a língua e uma orelha.

Não sabia nem como ele ainda estava vivo. Mas estava.

Demorou mais de uma semana para achá-lo, mas felizmente, Sadrack não poupara tempo e nem dinheiro — onde tive que subornar o dono do lugar onde a festa aconteceu. Para a minha sorte, existiam câmeras lá. Pegou parcialmente o seu rosto, mas conhecia o odioso Patrick Queen.

Sete anos mais velho que eu.

Como foi bom saber que aquele nojento era meu inimigo de infância, vê-lo naquela situação era tão prazeroso... Que eu quase sentia vergonha. Poderia sentir, se não tivesse sido criado nesse meio. Com torturas, sangue e mortes como amigas.

— Você parece feliz, meu filho. — Sadrack observou, com orgulho.

Sua voz azedou qualquer sentimento minimamente impróprio que poderia estar sentindo.

— Você não faz ideia, pai.

Ele limpou os braços ensanguentados com uma toalha molhada e antes de sair, disse:

— O filho da puta é todo seu. Mas torture bastante antes de matar. Ele precisa sofrer.

Será que Sadrack lembrava-se de já conhecer o garoto? Ou era apenas mais alguns gritos em sua conta? Sem nome, sem história, sem lembranças do meu passado?

— Será que a polícia não vai notar o desaparecimento? Afinal são — fiz as contas, franzindo a testa em concentração — dez dias sem voltar para a casa.

Sadrack mostrou os dentes em um misto de careta com sorriso. Aquela expressão nunca trazia nada bom consigo.

— Está preocupado, Scott?

Permaneci com o rosto inteligível.

— Claro que não.

Afinal, se a casa cair, vai ser em cima de você. Então, talvez, eu esteja torcendo para isso.

Sadrack apontou para o praticamente-cadáver, pendurado do teto por correntes de ferro circundando o braço que sobrou.

— Então faça isso antes que eu mande Aaron no seu lugar.

Fire | Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora