VINTE - PARTE UM | *DISCOMFORT*

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EM PRIMEIRO LUGAR

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EM PRIMEIRO LUGAR... por que sentir o perfume dele me fazia esquecer como era o meu nome e todas as coisas que fez? Por que estar na presença de um brutamontes tatuado mexia tanto comigo?

Os dedos de Enzo não estavam mais me rodeando, mas era como se estivessem. Não faça isso. Não seja mais idiota do que já foi! Eu sentia o toque fantasma, a sensação do calor evaporando enquanto nossos olhos se encontravam.

Isso era possível?

A parte racional do meu cérebro ordenou que eu fechasse a boca e saísse dali, que não olhasse mais nenhuma vez para ele e seu irmão e seu clube que tanto me humilhou — mas a parte que eu mais escutava, dizia para mandar tudo pelos ares e beijá-lo.

Porque... eu era idiota. E gostava de sofrer por um homem que não valia a pena.

Porque... eu era humana e não conseguia me afastar.

Franzi as sobrancelhas, meio desconcertada ao notar que estava encarando-o profundamente por segundos. O que ele tinha dito mesmo? Fiz força para relembrar e tentar me focar nas palavras, não na boca maldita e carnuda perigosamente perto da minha.

Certo. Ah.

Um integrante do Ruthless Killers? O clube rival do Perverse? Esse cara era Scott? Lá no fundo me impedi de dar soquinhos no ar por minha intuição estar certa — que aquele homem sensual não era bom.

Bonito, quem sabe perfeito, mas mau.

Falando em pessoas más... desviei os olhos para o chão, quando um pensamento esquisito passou voando por meu cérebro. Eu pensei que você fosse minha salvação, Lorenzo, mas acho que me enganei. Você não passa da minha melhor perdição.

De onde essas frases entrecortadas saíam? Eu tinha que adiantar minha sessão, por que não era possível!

Será que esses pensamentos malucos continuariam rondando minha cabeça? Olhar para Lorenzo era o mesmo que pedir: "Me ame". Um pedido inconsciente que nenhuma garota em consciência — duvidei — conseguisse que ele fizesse.

— Kananda?

Somente então notei que ainda continuava parada e em silêncio. E que as pessoas desviavam de nós, porque estávamos no meio do corredor. Mesmo assim, permaneci estática.

— An? — Finalmente consegui falar. — Ah, é. Claro. Não, eu esbarrei em Scott...

Somente depois de terminar de articular o nome dele, foi que percebi que não devia nenhuma satisfação a Lorenzo. Isso estava passando dos limites, até para minha parca e contida sanidade. Mas o que não pude evitar foi o desastre que fiz em seguida.

Síndrome do Estocolmo segundo Kananda Wright: "Gostar de estar perto de um homem gostoso, tatuado e mal-humorado que apontou uma arma para a sua cabeça e está a centímetros dela".

Fire | Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora