TRINTA E UM | *SURPRISE*

2.2K 246 26
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

BOCEJEI, PELO QUE foi a vigésima vez em dez minutos, ao entrar na universidade.

Treinar, estudar, e fazer terapia ao mesmo tempo estava quase me matando. Mas... Pelo menos, já tinha conseguido tirar algumas notas boas e agora não parecia uma ideia tão ruim ir para a segunda fase passando em todas as matérias.

Desci do ônibus e olhei para frente com o cenho franzido. Um aglomerado de pessoas estava perto do meu prédio, balançando as cabeças e desviando os olhos do que quer que estivesse lá. Meu estômago embrulhou, meu rosto ficou quente.

Deus... que não seja um cachorro morto.

A nossa universidade era cheia deles — os professores adoravam cuidar e amar os cachorrinhos. Assim como eu, que não podia ver um, que já corria para coçar suas orelhas. Também existiam os malditos pombos. Um deles quase deu um rasante em meus cabelos, possivelmente achando que era um dos seus ninhos.

Peguei o celular e mandei uma mensagem para minha mais recente amiga. Cristina.

Nós tínhamos nos acertado, com muito custo. Nos primeiros minutos em sua frente, eu queria simplesmente lhe arremessar do segundo andar. Então, ela disse que tinha me visto com Gabriel na festa, nos beijando e achara que estava tudo bem.

Ela estava arrependida. Chorou bastante na minha frente (eu, por sinal, também esbocei algumas lágrimas).

Eu entendi o que ela pensou. Mas nem por isso ousei contar-lhe sobre o que acontecera depois do beijo.

Ainda não. Ou talvez, nunca mais.

Tudo o que mais queria no momento, era esquecer aquele canalha e o medo que senti ao ser drogada e arrastada por um homem para um local afastado, desconhecido, escuro. Sem poder me defender. Sem poder gritar ou lutar.

Mesmo assim, trinquei os dentes quando as lembranças meio desbotadas e assustadoras invadiram meus pensamentos.

Onde você está?

Em casa ainda, por quê? — Respondeu.

Imagine se não estaria.

Cristina era sempre a última a chegar e a primeira a sair da sala. Como ela conseguia manter a média, se mal prestava atenção nos professores? Igualzinha a mim. Se bem que nas últimas semanas, vinha me esforçando mais.

Fire | Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora