QUATRO | *PARTY*

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PERVERSE KILLERS

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PERVERSE KILLERS. ESSAS palavras não saíam da minha cabeça. Ficavam se repetindo a cada segundo, junto com a imagem daquele homem fumando. Por que existiam pessoas tão lindas no mundo? E por que elas precisavam ser arrogantes e idiotas?

Porque esse, claramente, era o exemplo de Lorenzo.

Minha vida não podia ser melhor mesmo.

Eu morava sozinha com a minha avó desde os treze anos — data em que minha mãe parou de me visitar —, praticamente. Ou seja, ela mal sabia que eu estava no quarto ao lado do seu. Minha presença era somente encontrada na cozinha.

Quando ela não apareceu mais em casa, e as suas roupas sumiram... não foi uma surpresa. Mas doeu mesmo assim. Porque além de aguentar sua partida calada, ainda via minha avó perambular pela casa fungando de vez em quando.

Ela sentia falta de Kristin tanto quanto eu.

Anos depois, foi quando tomei a liberdade de sair pela noite e provar que podia fazer certas coisas. Essa vontade vinha e voltava quando caminhava pelas calçadas, sentindo o sol no meu rosto, era uma ânsia... quase incontrolável.

Era quando eu sentia que poderia ter liberdade para fazer o que quisesse.

Sem preocupações. Sem reclamações em meus ouvidos — embora fosse demasiado errado e perigoso o que estava fazendo. Sim, eu sabia disso.

Sair para estragar a cidade durante a noite, era fácil. Fumar sem ser percebida na janela do meu quarto, era bem mais fácil. Mas... sair com um vestido preto colado, que delineava minhas curvas e a modesta barriga, era praticamente pedir para minha avó ter um infarto.

— Você vai passar vergonha com isso, Kananda. E onde arrumou esse vestido?

Mas não tem como ir de calça jeans. E foi o único vestido que minha mãe deixou para trás.

Não respondi. Sara não esperava uma resposta, de toda forma. Ela já estava focada em comentar mais alguma coisa relacionada a "ah, os adolescentes de hoje".

Rolei os olhos pela décima vez, estressada. Vi a hora no celular, 18:30h. Cristina estava mais do que atrasada. Ela viria me buscar por que eu não tinha carro, nem carteira de motorista e ir de ônibus estava fora de cogitação.

Será que ela esqueceu ou vai vir somente meia-noite? Quando aquela festa contivesse apenas adultos bêbados e descontrolados? Um súbito frio cruzou minha barriga e desapareceu.

Talvez, fosse melhor ela nem aparecer mesmo. Então, eu teria a desculpa de tirar o vestido, colocar um moletom velho e enfiar o nariz no livro para estudar.

Ao menos, por enquanto.

Quando estava pronta para ir em direção ao meu quarto desfazer toda a maquiagem, escutei a buzina do carro preto de Cristina. Praticamente pulei do sofá e corri para a porta, quase me quebrando com os sapatos de salto alto. Por que não pratiquei antes?

Fire | Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora