DEZESSETE | * WAR *

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EU QUERIA NO mínimo

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EU QUERIA NO mínimo... matar o meu irmão. Sério.

Tudo o que ele tinha que fazer essa noite era agir normalmente com Kananda — treina-la, por sei lá qual motivo ela quisesse —, mas não. Lorenzo nunca conseguiu ser normal e machucava as pessoas ao seu redor, querendo ou não.

Tive uma vaga consciência de que ele não queria tê-la machucado. E mesmo assim, o fez.

Tudo bem que — mesmo não acreditando até agora — Kananda tinha quebrado a filial de nosso clube. Isso explicava o ataque a ela no ringue, foi bem cotidiano de Lorenzo Willer, mas humilhá-la ao ponto de deixá-la com medo?

Aí ele já tinha exagerado. Ele nunca foi tão covarde a esse ponto.

Meu carro estava estacionado na frente da caminhonete de Lorenzo. Fiquei com a vontade imensa de dar ré e amassar a lataria do seu precioso carro.

Mas refreei o impulso — Lorenzo já tinha sido provocado até o limite hoje. Machucar o seu bebê seria pedir para ele cortar meu pescoço e pendurar minha cabeça no octógono do Perverse. Ainda não. Minha conversa com ele seria em casa.

Esperei que Kananda entrasse em meu C4 Cactus branco para ligá-lo e começar a me distanciar de toda a bagunça que Lorenzo estava fazendo conosco, enquanto ela dizia onde morava, mas não lembrava de qual caminho tomaram.

Fiz que sim. Eu sabia por cima a localização que Kananda forneceu.

Não acredito que a menina da festa está dentro do meu carro. A menina que passou a noite com meu irmão. Pensei que seria um avanço, Lorenzo estar trazendo-a para o nosso meio, que ele estava começando a gostar da garota meio esquisita.

Mas ele estragou tudo. Como sempre faz.

Balancei a cabeça, pensando no quão bom seria ter um cigarro em meus dedos agora.

— Por que ele fez aquilo? — Como se lesse meus pensamentos, a garota perguntou.

Desviei a atenção da estrada e olhei para o seu rosto machucado, cheio de hematomas e começando a inchar. Comprimi os lábios. O pior, foi que ele quase não encostou nela. Os tombos que caiu e o nervosismo fizeram todo o trabalho por ele.

Dei de ombros, tentando acalmar minha mente. Estava na hora de dar o troco em meu irmão, afinal, ele merecia tudo o que eu estava prestes a contar.

— Lorenzo sofre de Transtorno de personalidade borderline.

E abandonou o tratamento porque acha que ele não surte efeito. Kananda arregalou os olhos, desviando-os para a estrada deserta a nossa frente.

— Nossa.

Sim, nossa.

Eu sabia que beijando-a estaria provocando-o, mas não sabia que seria tanto. Foi uma vontade louca de massacrar meu irmão e fazê-lo pagar pelo que tinha feito, até por que, Lorenzo — contra todas as provas do destino — parecia querer protegê-la de mim, com seu jeito bem torto.

Fire | Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora