TREZE | * SECRET *

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WILDCAT

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WILDCAT. ERA ASSIM que seu nome estava gravado em minha agenda. A Gata Selvagem.

A Gata selvagem — que era exatamente a personificação de uma beldade ferina em todas as circunstâncias — que eu pensara não fazer meu tipo, mas estava enganado. O que está acontecendo comigo? Era sempre bom expandir os horizontes, não é?

Porque era assim que estava me sentindo ao dirigir por Jacksonville — exatamente o mesmo percurso que fiz pela manhã, para treiná-la no Perverse. Onde estou com a cabeça?

No momento em que estacionei meu carro na frente da casa de Kananda, vi um vulto de moletom preto pular o muro sem nenhum esforço. Talvez ela já estivesse habituada a tais coisas.

Não tive muito tempo para pensar no assunto.

Ela veio na direção do carro com o capuz tapando as feições e uma mochila nas costas — não a que usava na universidade. Abriu a porta sem cerimônia e entrou.

Antes de desejar um "boa noite", Kananda me lançou um olhar mortal depois de baixar o capuz (vários fios acobreados ficaram suspensos em cima de sua cabeça, como um halo quebrado e defeituoso), e bateu a porta com força, quase quebrando o vidro.

Ai. Essa doeu em minha alma.

Fiz uma careta. Ela imitou.

— Está atrasado.

Olhei para o relógio do visor. 00:30h.

— O que são trinta minutos?

— O tempo que perdemos por você não se dar bem com horários — Kananda estava visivelmente aborrecida.

Segurei o sorriso e pisei no acelerador, praticamente deixando as rodas e o volante para trás. Ela afivelou o cinto de segurança, e deixou a mochila escorregar para os seus pés.

Olhei seu perfil e a percebi baixando o vidro e fechando os olhos para apreciar o vento gelado. Pensativa. Eu acho que ela não sabia o quanto ficava bonita com aquela pose.

Ainda mais vestida toda de preto, com uma aura sensual e distante. Tive uma vontade avassaladora de lhe beijar. Seu pescoço, para ser mais preciso. Mas resisti ao ímpeto com um rolar de olhos.

Ela não pertencia a mim. Kananda não fazia parte do meu mundo — embora estivesse abrindo uma brecha para que entrasse no clube. Eu sabia que ela desistiria ao ver o que fazíamos lá dentro e como as leis não se aplicavam a nós.

Ela tinha que desistir.

Virei para frente no exato momento em que Kananda levantou o vidro novamente, deixando o ar na caminhonete com o aroma de seu perfume adocicado.

— Conte mais sobre você — falei, para ter algum assunto.

Seu corpo ficou tenso no mesmo instante, e eu sabia que já tinha começado errado. Parabéns, Enzo. Ótimo trabalho. Prova disso, foi quando ela ligou o som — sem permissão —, e as notas de It's Time preencheram o carro. Por segundos, tudo o que pude ouvir foi o refrão.

Fire | Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora