WILDCAT. ERA ASSIM que seu nome estava gravado em minha agenda. A Gata Selvagem.
A Gata selvagem — que era exatamente a personificação de uma beldade ferina em todas as circunstâncias — que eu pensara não fazer meu tipo, mas estava enganado. O que está acontecendo comigo? Era sempre bom expandir os horizontes, não é?
Porque era assim que estava me sentindo ao dirigir por Jacksonville — exatamente o mesmo percurso que fiz pela manhã, para treiná-la no Perverse. Onde estou com a cabeça?
No momento em que estacionei meu carro na frente da casa de Kananda, vi um vulto de moletom preto pular o muro sem nenhum esforço. Talvez ela já estivesse habituada a tais coisas.
Não tive muito tempo para pensar no assunto.
Ela veio na direção do carro com o capuz tapando as feições e uma mochila nas costas — não a que usava na universidade. Abriu a porta sem cerimônia e entrou.
Antes de desejar um "boa noite", Kananda me lançou um olhar mortal depois de baixar o capuz (vários fios acobreados ficaram suspensos em cima de sua cabeça, como um halo quebrado e defeituoso), e bateu a porta com força, quase quebrando o vidro.
Ai. Essa doeu em minha alma.
Fiz uma careta. Ela imitou.
— Está atrasado.
Olhei para o relógio do visor. 00:30h.
— O que são trinta minutos?
— O tempo que perdemos por você não se dar bem com horários — Kananda estava visivelmente aborrecida.
Segurei o sorriso e pisei no acelerador, praticamente deixando as rodas e o volante para trás. Ela afivelou o cinto de segurança, e deixou a mochila escorregar para os seus pés.
Olhei seu perfil e a percebi baixando o vidro e fechando os olhos para apreciar o vento gelado. Pensativa. Eu acho que ela não sabia o quanto ficava bonita com aquela pose.
Ainda mais vestida toda de preto, com uma aura sensual e distante. Tive uma vontade avassaladora de lhe beijar. Seu pescoço, para ser mais preciso. Mas resisti ao ímpeto com um rolar de olhos.
Ela não pertencia a mim. Kananda não fazia parte do meu mundo — embora estivesse abrindo uma brecha para que entrasse no clube. Eu sabia que ela desistiria ao ver o que fazíamos lá dentro e como as leis não se aplicavam a nós.
Ela tinha que desistir.
Virei para frente no exato momento em que Kananda levantou o vidro novamente, deixando o ar na caminhonete com o aroma de seu perfume adocicado.
— Conte mais sobre você — falei, para ter algum assunto.
Seu corpo ficou tenso no mesmo instante, e eu sabia que já tinha começado errado. Parabéns, Enzo. Ótimo trabalho. Prova disso, foi quando ela ligou o som — sem permissão —, e as notas de It's Time preencheram o carro. Por segundos, tudo o que pude ouvir foi o refrão.
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Fire | Vol. I
RomanceLivro 1. Série Dark Souls. Kananda Wright sempre foi atraída pelos bad boys, aqueles que fumavam e possuíam tatuagens espalhadas pelo corpo. Ou talvez, que só se vestissem de preto. Não importava, ela adorava observar os homens. Mesmo que a sua vida...