TRINTA E TRÊS | *FUN*

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SENTI GOTAS DE suor escorrendo por minha espinha enquanto sorria sem explicação. Queria dizer que estava sendo horrível treinar com Lorenzo, mas... eu estaria mentindo.

— Vamos, Fire, o que é isso? — Riu, quando conseguiu desviar de um soco e deu um tapinha na minha bunda, estalando a língua. — Acredito que você consiga fazer mais.

Será?

Esse nosso clima de camaradagem perdurou por horas, já anoitecia enquanto o suor escorria por minha pele deixando-a bem pegajosa e nojenta. Os cabelos dele estavam ensopados, sua pele coberta por gotículas de água fazendo as tatuagens brilharem.

De uma maneira malditamente sexy.

Ao contrário de mim, óbvio.

Transtorno de personalidade. Não esqueça isso, Kananda. Ele pode se tornar cruel a qualquer instante. Mas no momento, Lorenzo parecia uma pessoa tranquila.

Uma pessoa que... Me desculpe pelo que fiz e pelo que falei a você, ele disse, quando começamos a treinar. Não estava sendo eu mesmo. Eu feri os seus sentimentos e sinto muito por isso. Ele me pediu desculpas. E parecia realmente arrependido.

Seria mais fácil odiá-lo, se Lorenzo não tivesse feito aquele gesto. Se tivesse continuado me provocando e humilhando.

Lorenzo pediu tempo e saiu do octógono, indo para o bar. Encarei aquela caveira maligna em suas costas. Logo, Pietro — o cara em quem esbarrei no meu primeiro e desastroso dia aqui — entrou e me deu uma garrafa de água com um sorriso.

Nós tínhamos ficado bem amigos. Ele parecia ter o dobro da minha idade — era bem conservado e bonito — e pareceu tomar para si, a ideia de me proteger.

Era fofo.

E também, era bom saber que se Lorenzo ou Gabriel passassem da linha, ele estaria ali para dar um peteleco em suas orelhas. Como não aconteceu naquela noite. Mas ele ainda não me conhecia.

Não podia julgá-lo. Na ocasião, acho que Pietro imaginou que eu era apenas um bichinho de estimação nas mãos de Lorenzo. Ele não se importou com meus sentimentos.

Sentei na lona e comecei a respirar melhor, Lorenzo se virou com um copo de brandy — ou foi o que pareceu — na mão e ficou me observando. Desviei os olhos. Era desconfortável ter sua atenção em cima de mim, tão abertamente.

Pietro ficou sob os calcanhares, na minha frente.

— Está melhorando.

Eu ri.

— Claro que não. Não precisa mentir.

Pietro sorriu de novo.

— E quem disse que estou mentindo?

Fire | Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora