FUI O MAIS devagar que consegui.
Somente para não chegar perto do Ruthless — o instinto me mandando correr dali, como acontecia todas às vezes que fazia justamente o contrário. Diferente do que provavelmente Lorenzo e sua corja imaginava, eu não amava ser um criminoso e andar por aí armado atrás de Sadrack.
Não.
Quer dizer, em parte não.
Gostar de parecer ameaçador, ser duro e letal, e portar uma arma? Sim. Até aí tudo bem. Mas matar por diversão como fora ensinado desde pequeno? Nem tanto. Fui tragado pela tempestade chamada Sadrack Hall e mais conhecido por mim como, pai.
E nunca pedi ou ansiei por esse destino.
Todos imaginavam que eu era seu amante. Não. Ele só sentia um pouco de vergonha de mim, somente isso. Na verdade, Sadrack não amava ninguém e o máximo que conseguiria dele seria afeto.
Um dia, no cemitério onde minha mãe foi enterrada, ele apareceu. Me salvou de ser molestado por outra criança malvada.
Eu tinha dez anos na época, acho — aqueles tempos foram conturbados — e chorava copiosamente, as lágrimas misturando-se a terra. A chuva inundando minha calça jeans e blusa vermelha de carros. Eu tremia muito. Lembro que foi ele que pagou tudo, o caixão, a funerária, o vestido branco com o qual ela se foi para sempre.
Carmen Milla Walker — minha mãe —, sempre disse para manter distância dele, porque Sadrack era perigoso e podia me fazer mal. Mas ele não pareceu mau naquele dia.
E eu não tinha para onde ir, de qualquer forma. Ninguém mais me queria. E eu era somente uma criança de dez anos. Ou nove?
Sadrack possuía a minha guarda e me levou para morar com ele. Apresentou o Ruthless como uma segunda família e meu meio-irmão mais novo, Aaron. Eu gostei dele no início, mas ele e sua mãe batiam em mim por diversão.
Sadrack via e nunca mexeu um dedo para me defender.
Dez anos mudam uma pessoa. Me mudou, ao menos. Assim como quando fui treinado pelos ensinamentos dos Assassin's. Me tornei um monstro sem coração e fui obrigado a matar tantos que perdi a conta.
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Fire | Vol. I
RomansaLivro 1. Série Dark Souls. Kananda Wright sempre foi atraída pelos bad boys, aqueles que fumavam e possuíam tatuagens espalhadas pelo corpo. Ou talvez, que só se vestissem de preto. Não importava, ela adorava observar os homens. Mesmo que a sua vida...