VINTE E SETE | * TRUTH *

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BEM, EU TINHA efetuado meu trabalho com sucesso, mesmo não estando contente com tal fato. Me aproximei de Kananda e com apenas um pouco de amizade, ela me contara quase toda a sua vida — isso, e a cena que vi entre os dois.

Ele foi cruel. E ainda por cima, ordenou que eu ficasse longe dela. Para que? Para tratá-la daquele jeito, como se Kananda fosse culpada por ele se sentir possessivo e ciumento? Se fosse com a minha irmã... Lorenzo estaria sem os dentes agora.

Mas ela não é Cris. E entendi o que Lorenzo e Gabriel viram nela.

Ingenuidade.

Às vezes, era interessante brincar com os sentimentos das pessoas. Kananda parecia tão avessa ao caráter dos homens que chegava a ser engraçado. Mas... ela quase ser estuprada por alguém... aquilo mexeu comigo. E não foi engraçado.

Foi uma experiência terrível — que eu entendia. Porque passei pelo mesmo quando era criança.

E também mexeu comigo o fato de contar toda a verdade sobre minha vida para uma estranha que carecia de atenção. Confiança não era algo que oferecia para todos. Mas Kananda parecia tão indefesa... e foi como tirar um peso de meus ombros.

Essas verdades estavam guardadas dentro de mim há muito tempo. E ela parecia o tipo de pessoa que não contaria aos outros e nem julgaria minha vida. Porque a dela não era muito diferente e porque andava com pessoas como Lorenzo e Gabriel Willer.

Falando no diabo...

Uma mão espalmada em minhas costas impulsionou meu torso contra a porta do meu carro e a outra, torceu meu braço para trás. Bati violentamente com o queixo na lataria. O sangue começou a verter do pedaço da língua que mordi.

Como não o vi chegando? Estou perdendo meus reflexos.

— Ora, ora — a voz de Lorenzo se infiltrou por meus ouvidos e se não fosse pela dor de ter meu braço trancado, teria rolado os olhos diante do tom zombeteiro. — Eu não falei para você manter distância dela?

Quase ri. Mas mantive o rosto sério, afinal, ainda gostaria de ter meu braço funcionando pelos próximos anos.

— Estava me espionando? — Não resisti e provoquei. — Quanto amor, Death.

Fire | Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora