Capítulo Cinco

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A academia estava vazia,  exceto por dois rapazes que faziam algumas séries de exercícios em aparelhos de braços, quando Maite e Anahí chegaram as oito da manhã em ponto, com suas bolsas esportivas e suas garrafinhas de água. Aproveitando a oportunidade rara que era uma academia vazia, elas foram direto para as esteiras.

— Ficou tudo certo pro casamento da Angelique? – Anahí perguntou, sem conseguir evitar falar de trabalho, que era uma regra que as três sócias sempre tentavam estabelecer entre elas, mas nunca dava certo.

— Ficou sim. – Anahí havia saído antes do fim do ensaio, com o pretexto de encontrar com Miguel e Paul para checar se o vestido para o casamento de Carol precisaria de algum ajuste de última hora. Maite arrumou sua garrafa de água no suporte da esteira.  — Só de pensar que o casamento da Carol é hoje e que o da Angelique é daqui a duas semanas! Esse ano está mesmo voando! Bem disse minha astróloga que esse ano é regido por Mercúrio!

Anahí riu do esoterismo da amiga. A verdade é que Maite era a pessoa mais intensa que ela conhecia. Ela mergulhava de cabeça em suas paixões, sem medo ou amarras... parte dela sentia inveja de como a amiga conseguia viver a vida de forma tão leve e despreocupada, mas também sabia que o tanto que Maite era intensa e espontânea, ela também era inconstante, sempre mudando de hobbies e interesses e sempre sentindo uma profunda necessidade de se ancorar em alguma coisa.

— Eu sempre tenho a sensação de dever cumprido quando chega o dia da cerimônia e da festa que vem depois... e Angelique foi uma ótima cliente, uma das melhores! Ela merece um casamento de princesa!

— E o noivo dela... – Maite começava a apressar o passo na esteira, sua voz ofegante. — Além de ser um gato, é um doce de pessoa!

— Eu não o vi muitas vezes, mas ele parece ser um cara legal. – Anahí concordou, prendendo o cabelo em um rabo-de-cavalo e aumentando também o ritmo da corrida. — O mesmo não pode ser dito do tal do Herrera.

— Herrera?

— Alfonso Herrera. – Anahí revirou os olhos. Só dizer o nome daquele mal educado já a fazia ficar com raiva. — O primo dela.

— Oh. – foi tudo o que Maite disse, mas o seu tom de voz entregou tudo.

— O que há, Mai? – perguntou, olhando de canto de olho. — Você só faz essa cara quando o assunto é homem!

— É que o Poncho... – vendo a cara de quem não estava entendendo nada de Anahí, ela explicou melhor. — Quer dizer, Alfonso... ele meio que me convidou pra sair.

— Meio que te chamou pra sair? – Anahí perguntou descrente.

Maite diminuiu a velocidade da máquina. O suor já tomava conta de seu top azul.

— Marcamos um encontro no Joe's as oito, satisfeita?

— Não! Nem de longe! – Anahí imitou a amiga, diminuindo a velocidade e tomando um pouco de água. — O cara é um babaca, Mai!

— Não é bem assim, amiga! – Maite tentava argumentar. — Ele e eu podemos discordar em  alguns aspectos quando o assunto é casamento, mas ele foi super educado comigo.

Anahí não podia acreditar na amiga, seria ela tão ingênua ao ponto de não entender logo de cara o que rapazes como Alfonso queriam de mulheres como ela?

— Porque ele quer sair com você! Caras como o Herrera não dão ponto sem nó. – alertou. — Abre o olho, amiga!

— Não se preocupe comigo, eu sei me virar. – Maite riu.

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